O descaso do Banco do Brasil com seus funcionários ganha novos episódios lamentáveis e absurdos. No último dia 27 de abril, um funcionário de uma agência Estilo do banco, em Belo Horizonte, foi exposto a uma arma de fogo no interior da unidade em horário de expediente bancário.
O caso ocorreu quando um cliente que não conseguiu sacar determinada quantia expôs sua arma de fogo ao funcionário que o atendia. O trabalhador conseguiu acionar a Polícia Militar e, neste meio tempo, uma funcionária que já havia passado por experiência semelhante em outra agência entrou em desespero, se escondendo debaixo de uma mesa em estado de pânico.
Segundo o que foi relatado a diretores do Seeb BH, a PM já encontrou a situação praticamente sob controle ao chegar à agência.
O sindicato destaca que, diante deste grave fato, o tratamento dado pelo banco à informação causa estranheza. Para se ter ideia, a Superintendência de Minas Gerais só foi comunicada no dia 2 de maio. Além disso, a Gerência Regional de Pessoas (Gepes-BH) e o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) somente receberam a notícia no dia 3 de maio, por meio do próprio Sindicato.
Nem a Superintendência e nem a administração da agência haviam acionado a Gepes-BH ou o SESMT para que fossem adotadas as medidas cabíveis em relação aos funcionários afetados.
O Seeb BH, quando comunicou a Gerência Regional de Pessoas sobre os fatos, reivindicou a emissão da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) aos funcionários. A entidade argumentou que, se os bancários sofrerem algum tipo de transtorno em razão da violência, seja com manifestação imediata ou tardia (estresse pós-traumático), eles estarão respaldados e protegidos pela Lei 8.213/91. O Banco do Brasil, porém, segue resistente e ainda não emitiu a CAT.
Além de exigir a emissão imediata do documento, o sindicato denuncia a insensibilidade do BB com seu maior patrimônio, que são os trabalhadores.
Para o funcionário do Banco do Brasil e diretor do Sindicato, Márcio Chaves, o BB não pode descumprir normativos e leis, inclusive colocando em risco a vida de seus funcionários. “É lamentável que a Gepes-BH e o SESMT não tenham sido, imediatamente, comunicados da ocorrência, prova que são consideradas instâncias acessórias e de menor valorização pelo banco”, afirmou.
O sindicato reivindica que as agências bancárias tenham portas com detectores de metal em suas entradas. Esta ocorrência, por exemplo, poderia ter sido evitada caso a unidade contasse com o equipamento de segurança.