ARTIGO: Lutar por um mundo mais justo, solid rio e sustent vel

Por William Mendes*

 

É engraçado! Se me perguntarem se descansei nessas férias, não sei o que dizer. Durante as semanas em que estive afastado da luta sindical, me esforcei para abstrair de nossa luta diária por um outro mundo, diferente deste consumista e desigual. Mas a verdade é que a cada momento em que tentei sentar com a família e ver TV ou olhar as capas de jornais e revistas (que horror!), ficava cansado com a insistente pauta da elite no ar, pra todo lado que olhamos, ouvimos e andamos.

Sou um inadaptado a este mundo capitalista, fetichista e destruidor do nosso planeta.

Conversando com as pessoas comuns de nosso país por onde estive, no Mato Grosso, em Minas Gerais e em São Paulo, percebi um certo conformismo com as mazelas neoliberais. Nós, socialistas, temos que redobrar nossa vontade para convencer nossos parentes, amigos e conhecidos de que:

-não é normal demitir uma senhora próxima dos 60 anos por estar faltando ao serviço para tratar de seus problemas de saúde;

-não é normal as pessoas pedirem propina prometendo soluções mágicas;

-não é normal os mais humildes se ferrarem em filas do SUS e morrerem sem atendimento, a não ser que tenham algum conhecido influente;

-não é normal a grande mídia e "respeitáveis capitalistas-empresários" pedirem corte de impostos e gastos no Estado, pois quem precisa do Estado é a grande maioria do povo brasileiro (através de bons serviços públicos de educação, saúde, transporte, lazer, segurança, dentre outros) e não essa trupe de ricos que quer tudo privado e pago.

A nossa tarefa é árdua, porém, necessária.

Devemos convencer a sociedade de que não adiantará nada ficar pregando "crescer, crescer e crescer economicamente" se continuarmos a destruir o nosso planeta e consumindo exponencialmente qualquer porcaria que o fetiche capitalista gere. O mundo já produz há muito tempo condições materias para a população existente no globo. A grande questão é a opção política que se faz de poucos acumularem tudo e a grande maioria não ter direito a nada.

Crescer 10% ao ano como a China? Destruir o planeta como os Estados Unidos? Vale a pena?

Penso que devemos observar muito esse "massacre" midiático que nos cerca. Observar a "pauta" que enfiam goela abaixo do pobre povo que tanto trabalha e mal tem tempo de adquirir a educação tão necessária para a verdadeira independência civil e mental.

Continuaremos a trabalhar e lutar por um mundo mais justo, igualitário, menos consumista de porcarias desnecessárias, democrático (sem sofismas) e de mais oportunidades para todos.

* William Mendes é secretário de Imprensa da Contraf-CUT

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