Bancários pressionam Banrisul a voltar a negociar plano de carreira

Funcionários realizam dia do preto, cobrando avanços na proposta do banco

Se depender do espírito de luta dos banrisulenses, a direção do banco vai ceder ainda mais e recuar no pacote de redução de direitos que apresentou como proposta de Plano de Carreira há duas semanas. O recado foi dado em alto e bom som na terça-feira, dia 30, em Porto Alegre. Os funcionários do Banrisul vestiram preto e participaram do ato que paralisou a Direção Geral (DG) por duas horas.

Mais uma vez, em uma votação simbólica, eles deixaram bem claro que rejeitam a proposta da direção do banco. Além da demonstração de unidade, os bancários cobraram do Banrisul uma postura democrática e a imediata instalação de uma mesa de negociação para voltar a debater o Plano de Carreira.

Eram 13h quando os banrisulenses começaram a tomar conta da rua Caldas Junior, no Centro Histórico de Porto Alegre. A rua fechou e a paisagem se pintou de preto nas camisetas e adesivos espalhados pelas paredes do prédio da DG, calçadas e nas roupas dos trabalhadores.

Os bancários e as bancárias permaneceram por duas horas sob um sol escaldante. No horário marcado para o ato, a DG já havia descido em peso. Na próxima terça-feira, dia 7, a paralisação em frente à DG começa às 10h e se estende por duas horas e em todas as agências da rede.

Trabalhadores do Call Center, Desenvolvimento, Consórcio, Avaliação de Risco, Núcleo Operacional, Controladoria, TI, Contabilidade, Financeiro, Gestão Socioambiental, Comercial e de outros setores da DG não se intimidaram com o BGX que o banco emitiu na segunda-feira, dia 29. O banco recuou e fez novas promessas. A direção prometeu não mais extinguir o ADI nem mexer no comissionamento.

O presidente do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre, Mauro Salles, explicou que esse recuo do banco não era fruto da generosidade da direção, mas da luta dos banrisulenses que têm demonstrado unidade e mobilização.

“A direção está criando mais um passivo. Extinguir direitos é ilegal. Este plano que a direção criou é uma grande confusão. Confunde função com carreira e ataca direitos. A proposta da direção piorou em relação ao que eles diziam na mesa de negociação. Nós conseguimos avanços com mobilização e greves em toda a nossa história. Não vai ser diferente agora. Temos que nos manter unidos e com disposição para a luta”, disse Mauro.

A diretora da Fetrafi-RS, Denise Corrêa, lembrou que os trabalhadores cumpriram a sua parte, apresentando uma proposta de Plano de Carreira com muitas vantagens para a categoria em relação ao quadro atual e à proposta da direção.

“A proposta da direção é de uma carreira com 36 anos. A nossa é de chegar ao topo em 28 anos e com critérios claros de merecimento. Além dessas vantagens, a direção propõe progressão por merecimento, mas não deixa os critérios de seleção claros. Vincula a abertura de vagas ao desempenho do banco e traz prejuízos aos trabalhadores mais experientes e às mulheres. Essa proposta é pior do que temos hoje”, avaliou Denise.

Calendário de mobilização

– Terça-feira, 7 de maio: paralisação em todas as agências da rede de duas horas, desde a abertura, e na DG, em Porto Alegre. Entre 10h e meio-dia, na maior parte da rede, ou a partir das 11h, dependendo do horário bancário municipal.

– Quarta-feira, 15 de maio: paralisação de três horas a partir da abertura das agências de toda a rede.

– Sábado, 18 de maio: Assembleia Nacional dos Banrisulenses, em Porto Alegre.

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