Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT, fala na abertura do evento
Sob o tema “De volta ao futuro: rompendo barreiras por um sistema financeiro justo”, a Conferência da UNI Finanças teve inicio na quarta-feira, dia 16, em Lisboa, com a apresentação dos planos de trabalho das diversas regiões onde o sindicato global que representa os trabalhadores de empresas financeiras está organizado.
Houve também na sessão de abertura um minuto de silêncio em memória das vítimas da tragédia do terremoto e tsunami ocorridos no Japão, lembrando que a ausência da delegação nipônica é em virtude da necessidade de socorro que a população exige neste período difícil.
O presidente da Contraf-CUT e da UNI Finanças Américas, Carlos Cordeiro, falou sobre os planos para o próximo período, destacando que o mais importante é a unidade de ação dos sindicatos filiados. “No momento em que as empresas agem organizadamente e em escala mundial, é fundamental que os trabalhadores se solidarizem e trabalhem de forma unida”, disse.
Na sequência foi realizado um debate sobre as consequências da crise mundial nos diversos países. Representantes da Grécia, Turquia, França, Singapura e países africanos, sem exceção, defenderam a necessidade de regulação e controle do sistema financeiro, não só no âmbito das nações, mas em todo o mundo financeiro, uma vez que os bancos agem como transnacionais e os controles nacionais não são mais suficientes.
Outro ponto abordado durante a tarde do primeiro dia da conferência foi o nível de terceirização existente em todo o sistema atualmente. “Essa forma de contratação traz muitos danos aos trabalhadores e aos direitos e é utilizada em alta escala em todos os países do mundo”, relata o secretário-geral da Contraf-CUT, Marcel Barros. Segundo representantes da UNI Finanças Jovens, esse tipo de contratação traz ainda outro problema, que é a falta de perspectiva de futuro, uma vez que, na sua maioria, são jovens e, por não haver especialização e remuneração justa, eles não se veem trabalhando nesse tipo de serviço.
Na manhã desta quinta-feira, segundo e último dia do encontro, o secretário de Saúde do Trabalhador da Contraf-CUT, Plinio Pavão, apresentou a proposta de que a campanha brasileira “Menos metas, mais saúde” seja encampada pela UNI Finanças, uma vez que em todos os países se debate o problema das metas e suas consequências danosas para os trabalhadores e os clientes.
Além da Contraf-CUT, o Brasil está representado por dirigentes da Fetec-SP, Sindicato de São Paulo, Sindicato do Rio de Janeiro, Feeb SP/MS (através do Sindicato de Campinas), Fetec Nordeste (através do Sindicato do Ceará), Fetec Paraná (através do Sindicato de Curitiba) e Fetec Centro Norte.