O Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro cobra o fechamento imediato das agências que continuam funcionando com apenas um ou sem nenhum vigilante. A entidade recebeu várias denúncias da categoria de que, mesmo com a greve dos profissionais de segurança, os bancários estão sendo obrigados a abrir as unidades.
“Uma bancária chegou a chorar por ter sido obrigada a abrir a agência onde trabalha. A situação é muito grave”, denuncia a diretora do Sindicato, Adriana Nalesso. A sindicalista entrou em contato com o representante de relações trabalhistas do banco, Bruno Cavalcante.
“O Bruno me disse que a orientação do Itaú é abrir com ou sem vigilante e alegação é de que não há manuseio de numerário, o que não é verdade. Isso prova que o Itaú só se preocupa com o dinheiro e não com a vida das pessoas”, acrescenta.
Sindicalistas comprovaram que, pelo menos o Itaú, o HSBC e o Bradesco continuam funcionando com apenas um ou até sem nenhum vigilante.
Unidades têm de ser fechadas
Na Rua dos Andradas e na Avenida Rio Branco, no Centro, as agências do Itaú funcionaram na última sexta-feira (16) sem nenhum vigilante na porta e no interior da unidade.
“Mais uma vez os bancos descumprem a norma da Polícia Federal e colocam em risco a vida dos bancários e dos clientes”, denuncia o diretor do Sindicato e membro da Comissão de Segurança da Contraf-CUT, André Spiga.
O normativo da PF prevê a obrigatoriedade de pelo menos dois vigilantes para as agências funcionarem quando há transações com dinheiro. Os bancos descumprem também a Lei Federal 7102/83 e a Portaria 387/2006 que impedem o funcionamento das agências bancárias sem vigilantes.
Almir Aguiar defende que, mesmo que não haja movimentação de numerário, as agências sejam obrigadas a manter o mínimo de dois seguranças.
“O assaltante nunca vai acreditar que um banco funciona sem manuseio de dinheiro. Nós apoiamos a greve dos vigilantes, mas os bancos não podem obrigar os bancários a trabalhar sem segurança”, critica.
Agência em obras
Junto com o diretor do Sindicato, Luis Halm, o presidente Almir Aguiar visitou a nova agência do Bradesco (foto) na Avenida Presidente Vargas. Ainda em obras, a unidade conta com duas funcionárias que trabalham no setor de emissão de multas e do IPVA.
O cheiro de tinta era forte, além da poeira e dos transtornos da obra. Há apenas um banheiro que tem de ser dividido entre as bancárias e os operários que trabalham no local.
Além da insalubridade, não havia nenhum vigilante no local. “O Bradesco precisa garantir condições de saúde, de trabalho e de segurança para seus funcionários”, critica Almir.