Bancários denunciam demissões em massa no Itaú à Prefeitura do Rio

Sindicato se reuniu com secretário municipal de Trabalho do Rio

O esvaziamento econômico causado pela desativação e transferência de setores inteiros de prédios importantes do Itaú, do Rio de Janeiro para São Paulo, fechamento de agências e demissões em massa de bancários foram denunciados por diretores do Sindicato dos Bancários do Rio ao secretário municipal do Trabalho, Augusto Lopes de Almeida Ribeiro, em reunião na última quinta-feira (12).

Os sindicalistas lembraram do processo de desativação do Bankfone, na Cancela, em São Cristóvão, e do Departamento de Reestruturação de Crédito a Empresas, na Rua da Passagem, em Botafogo. A intenção do banco é levar estes serviços para São Paulo.

O secretário municipal se comprometeu a levar o problema para a análise do Comitê Integrado de Gestão Governamental de Desenvolvimento Urbano da Prefeitura, a fim de que se tente encontrar uma solução que interrompa as demissões e mantenha essas unidades do Itaú na cidade.

Ele mostrou-se preocupado com o problema que gera impacto negativo à economia carioca. E concordou com o argumento dos dirigentes sindicais de que não há motivo para a desativação de setores importantes como esses e para as demissões, já que o Itaú é o maior banco privado da América Latina, tem tido lucros recordes históricos há anos e continua comprando instituições financeiras, num crescente processo de expansão.

Contradição

O diretor do Sindicato, José Pinheiro, considerou uma contradição o Itaú, um dos patrocinadores da Copa do Mundo e ser o Rio uma das sedes, contribuir para o esvaziamento econômico da cidade. “Não é justo a cidade que vai ser uma das sedes da Copa e das Olimpíadas receber um tratamento desses por parte de um banco desta envergadura. Isto não tem cabimento”, criticou.

A diretora do Sindicato e representante do Rio na Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú, Cida Cruz, denunciou que somente na capital carioca, de janeiro até o início de julho, foram dispensados pelo Itaú 575 bancários.

O representante da Prefeitura ficou surpreso ao ser informado que, entre os demitidos, estão incluídos funcionários com estabilidade provisória, como aqueles em pré-aposentadoria, passando por cima da Convenção Coletiva dos Bancários. A dirigente sindical acrescentou que, devido ao corte, o clima nas agências é de medo e incerteza.

Transferência

O diretor do Sindicato, Francisco Abdalla, o Chicão, frisou que, apesar de ter se comprometido a não demitir no Bankfone, mas transferir os funcionários para agências, o Itaú não honrou a palavra, tendo feito várias dispensas. O sindicalista adiantou que o Sindicato irá monitorar essas alocações.

Também diretor do Sindicato, Robson de Oliveira Santos, acrescentou que tudo isso mostra que o banco não tem a menor responsabilidade social. O secretário-geral do Sindicato, José Proença, o Paquetá, disse a Lopes Ribeiro que o processo de esvaziamento levado a cabo pelo Itaú também acontece em outros bancos privados e no Banco do Brasil, em que o processo atinge o prédio do Cesec Andaraí.

Ao final, o secretário municipal pediu aos diretores do Sindicato um levantamento sobre a retirada de setores dos vários bancos da cidade do Rio, para que se busquem soluções que evitem que isto aconteça.

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