Porto Alegre: bancários param agências da Caixa, ABN e Itaú em Gravataí

A agência da Caixa Econômica Federal do Centro de Gravataí teve suas atividades interrompidas na manhã desta quarta-feira, dia 7, durante ação da Campanha Banqueiro: chega de sugar a gente, promovida pelo Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e região (SindBancários). A paralisação-relâmpago tem como objetivo chamar a atenção da sociedade para o descaso dos banqueiros com trabalhadores, clientes e usuários. Uma carta-aberta foi entregue à população alertando para os prejuízos que as demissões no setor têm causado. Quanto menos funcionários, mais filas em agências e postos e mais precário o atendimento.

Os diretores do SindBancários conversaram com clientes para pedir o apoio à mobilização, pois todos são atingidos pelo descaso dos bancos. Os clientes que estavam à espera da abertura da agência aplaudiram a iniciativa do Sindicato em uma manifestação de apoio à campanha.

Depois, os dirigentes sindicais se deslocaram até a agência do ABN/Real, onde as atividades também foram paralisadas. Em reunião com os funcionários, o Sindicato explicou quais os propósitos das ações e do quanto a categoria está sobrecarregada. A manifestação terminou com a paralisação-relâmpago do Itaú.

Quem paga altas taxas e serviços não é respeitado e precisa enfrentar filas para conseguir ser atendidos. A ação do SindBancários busca justamente cobrar dos bancos o fim das demissões e melhores condições de trabalho, o que reverterá em mais qualidade na prestação de serviços.

A campanha, que também defende novas contratações, mais segurança e o fim das metas abusivas, foi lançada no dia 9 de abril em Porto Alegre, com paralisações-relâmpago no Santander, Itaú e Bradesco, bancos que apresentam grande número de demissões.

As ações são permanentes, promovendo o debate com a população e mostrando os abusos cometidos contra bancários, clientes e usuários, que pagam altas taxas de juros e não têm o atendimento que merecem. O objetivo é alertar clientes e usuários quanto à precária situação dos trabalhadores no ramo financeiro. “As pessoas ficam à espera de atendimento além do tempo que a legislação determina porque não tem pessoal suficiente para atender a demanda”, alerta o presidente do SindBancários, Juberlei Baes Bacelo.

A onda de demissões pode ser medida pelos números do Departamento Jurídico do SindBancários. Nos primeiros três meses houve o desligamento de 90 bancários. Já os pedidos de dispensa apresentados no mesmo período chegam a 159, muitos cansados com a pressão no ambiente de trabalho. E as aposentadorias, num total de 44, contribuem para o aumento da carência de pessoal nas agências e o crescimento das filas nos bancos. Os registros confirmam que os banqueiros estão reduzindo o quadro e piorando o atendimento aos clientes.

Além disso, os bancários estão submetidos a metas abusivas para vendas de produtos, o que ocasiona estresse, doenças relacionadas ao trabalho e assédio moral. Essa pressão faz com que com que muitos trabalhadores sequer procurem ajuda, com medo de perderem o emprego. No entanto, de 2007 até hoje, cerca de 500 pessoas chegaram ao Sindicato com problemas de saúde. Nestes 15 meses, a LER aparece como primeira causa de afastamento, com mais de 300 casos. Depois vem a LER acompanhada por sofrimento psíquico, com mais de 50 registros.

A segurança também preocupa bancários, clientes, usuários e vigilantes. Somente em 2008 foram apurados 50 ataques a bancos no Estado, aumentando a sensação de medo e insegurança. Os bancos não têm feito investimentos em equipamentos para coibir a ação dos bandidos, preferindo manter fachadas frágeis e de fácil acesso aos delinqüentes, que têm quebrado os vidros para ingressarem nas agências e postos bancários.

Para o SindBancários, com os lucros recordes auferidos nos últimos anos, os bancos tem plenas condições para suspender as demissões, contratar mais funcionários, melhorar as condições de saúde, trabalho e segurança e garantir qualidade de atendimento aos clientes e usuários.

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