Fenaban apresenta projeto-piloto de segurança bancária com avanços

Comando Nacional fez propostas para garantir mais avanços

Em negociação ocorrida na tarde desta quarta-feira (7), com o Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, em São Paulo, a Fenaban apresentou uma proposta de projeto-piloto de segurança bancária com avanços para trabalhadores e clientes. A iniciativa, a ser implantada nas cidades de Recife, Olinda e Jaboatão, conforme indicação feita anteriormente pelos bancos, foi uma das conquistas da Campanha Nacional dos Bancários 2012.

Além do Comando, participaram integrantes do Coletivo Nacional de Segurança Bancária da Contraf-CUT. Pela Fenaban, estiveram presentes o presidente Murilo Portugal, outros diretores e representantes de relações sindicais e da área de segurança dos maiores bancos.

Proposta da Fenaban

A proposta foi chamada pela Fenaban de “Programa de Melhorias de Segurança Bancária no Recife”. Dentre os equipamentos previstos estão portas de segurança com detectores de metais, biombos ou divisórias em frente aos caixas e câmeras internas e externas nas agências.

Os bancos também propuseram a redução das tarifas de transferência (DOC e TED) nos caixas para o mesmo valor cobrado via internet, bem como a diminuição do limite do TED, hoje em R$ 3 mil, para R$ 2 mil e depois de alguns meses para R$ 1 mil.

Avançar mais

“Trata-se de uma proposta com avanços significativos, uma vez que inclui portas de segurança, biombos e câmeras. São equipamentos de prevenção que há muito tempo vêm sendo reivindicados por bancários, vigilantes e sociedade para proteger a vida de trabalhadores e clientes”, avaliou Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional. “Mas é possível e necessário avançar mais”, apontou.

Os bancários apresentaram também propostas para a construção do projeto-piloto. “Queremos incluir os postos de atendimento bancário. Recentemente vários foram assaltados em Recife. Muitos são até mais vulneráveis que as agências”, afirmou Jaqueline Melo, presidenta do Sindicato dos Bancários de Pernambuco.

“As portas de segurança precisam ser instaladas antes da sala de autoatendimento, como já é o procedimento de vários bancos, de modo a garantir segurança no espaço onde hoje ocorre a maior circulação de clientes e lá trabalham bancários, estagiários e um vigilante armado”, destacou Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo.

A eficácia das portas de segurança foi enfatizada pelos bancários. “A própria estatística da Febraban comprova que, após a instalação desse equipamento nos anos 90, por força da luta da categoria e de leis municipais, como em Porto Alegre, o número de assaltos caiu drasticamente”, ressaltou Juberlei Bacelo, diretor da Fetrafi-RS.

“O monitoramento das câmeras tem que ser feito em tempo real, fora do local controlado, e com imagens de boa resolução para auxiliar a polícia a identificar suspeitos, uma vez que hoje muitas delas são de baixa qualidade, como vivem reclamando policiais em todo país”, frisou Ademir Wiederkehr, secretário de imprensa da Contraf-CUT e coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária.

A isenção das tarifas de transferência foi defendida pelos bancários. “Queremos o fim da cobrança de DOC e TED, a fim de evitar que os clientes façam saques elevados e sejam vítimas da saidinha de banco, o crime que lidera as mortes em assaltos envolvendo bancos”, salientou Cordeiro.

Os bancários apontaram também lacunas na proposta da Fenaban. “Precisamos reforçar a segurança das fachadas, mediante a blindagem. Os vidros hoje instalados são muito frágeis, não resistindo a tiros, marretas e outros objetos. Além disso, é preciso incluir medidas contra sequestros, como o fim da guarda das chaves por bancários. Toda semana tem casos de gerentes e tesoureiros sequestrados e familiares reféns”, observou Ademir.

Outra medida defendida pelos bancários foi a contratação de mais funcionários para trabalhar nos caixas. “Não adianta colocar mais banquinhos para os clientes sentarem. É preciso garantir um atendimento rápido e, assim, acabar com as filas, evitar a ação de olheiros e combater a saidinha de banco”, afirmou Cordeiro.

Propostas dos bancários

O presidente da Contraf-CUT apresentou um conjunto de propostas definidas pelo Comando e Coletivo Nacional para avançar no projeto-piloto:

– implantação do projeto-piloto em agências e postos de atendimento bancário;
– porta de segurança com detector de metais antes do autoatendimento;
– câmeras internas e externas com monitoramento em tempo real fora do local controlado;
– vidros blindados nas fachadas externas;
– biombos opacos ente a fila e a bateria de caixas;
– divisórias opacas entre os caixas, inclusive os eletrônicos;
– mais funcionários nos caixas para reduzir as filas e evitar olheiros;
– isenção das tarifas de transferência de recursos (DOC, TED);
– fim da guarda das chaves pelos bancários para evitar sequestros;
– abertura e fechamento das agências e postos por empresas de segurança para combater sequestros;
– presença de vigilantes em toda jornada de trabalho dos bancários;
– guarda-volumes antes da porta de segurança para evitar constrangimento de clientes;
– abastecimento dos caixas eletrônicos no autoatendimento na parte traseira e em local fechado;
– escudo com assento para vigilantes
– local específico para estacionamento do carro-forte para abastecimento das unidades.

Grupo de trabalho

Ao final, foi definido a formação de um grupo de trabalho, com representantes dos bancários e dos bancos, para analisar as propostas apresentadas, ainda em novembro.

“Vamos buscar avanços, pois os bancos possuem condições econômicas para atender as demandas da categoria e garantir um ambiente seguro para trabalhadores, clientes e população”, apontou Cordeiro. “E, após o projeto-piloto, queremos estender as conquistas para agências e postos de atendimento em todo país”, concluiu.

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