PF faz operação de busca e apreensão em casa e gabinete de Cunha

Brasília – Agentes da Polícia Federal (PF) fazem, nesta terça-feira (15), operação de busca e apreensão de documentos na Diretoria-Geral da Câmara dos Deputados. Outros policiais procuram provas no gabinete do deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE), que também é alvo da Operação Catilinárias, deflagrada hoje pela PF no Distrito Federal e em sete estados, entre eles o Rio de Janeiro, São Paulo, Alagoas e o Ceará.

A operação cumpre mandatos de busca e apreensão contra 53 pessoas. Entre elas, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE), o ministro de Ciência e Tecnologia Celso Pansera (PMDB-RJ), o senador Edison Lobão (PMDB-MA), ex-ministro de Minas e Energia, o ministro do Turismo Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), ex-presidente da Câmara, e Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro indicado pelo PMDB.

Equipes do gabinete do presidente da Câmara informaram que os agentes da Polícia Federal ainda não chegaram ao local, no Anexo 4 da Câmara, mas que são esperados a qualquer momento.

Aliados de Cunha acreditam que a operação de hoje não deve interferir na votação do parecer do deputado Marcos Rogério (PDT-RO) no Conselho de Ética, que pede a continuidade das investigações sobre o envolvimento de Cunha em negócios irregulares envolvendo a Petrobras e na manutenção de contas secretas no exterior.

No Conselho de Ética, os lugares estão ocupados desde as 8h. A sessão está marcada para as 9h30, mas até agora nenhum parlamentar passou pela sala do colegiado. O novo relator da representação movida pelo Psol e pela Rede, o deputado Marcos Rogério (PDT-RO), apresenta o parecer favorável ao prosseguimento das investigações.

A Polícia Federal (PF) foi também à residência oficial de Cunha, no Lago Sul em Brasília. Os mandados são cumpridos também na residência de Cunha no Rio de Janeiro.

O Comando de Operações Táticas da PF chegou à Península dos Ministros às 5h50, e a operação começou às 6h. A Polícia Legislativa acompanha os trabalhos da Polícia Federal.

A Operação Catilinárias foi declarada em conjunto com o Ministério Público Federal, com aval do ministroTeori Zawascki, que expediu os 53 mandados a serem cumpridos no Distrito Federal (9), nos estados de São Paulo (15), Rio de Janeiro (14), Pará (6), Pernambuco (4), Alagoas (2), Ceará (2) e Rio Grande do Norte (1).

As buscas ocorrem na residência de investigados, em seus endereços funcionais, sedes de empresas, em escritórios de advocacia e órgãos públicos. Foram autorizadas apreensões de bens que possivelmente foram adquiridos pela prática criminosa. Os investigados respondem a crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, organização criminosa, entre outros.

O nome da operação tem origem nas Catilinárias, que são uma série de quatro discursos célebres do cônsul romano Cícero contra o senador Luís Sérgio Catilina, no século I a.C., que enriqueceu associado a operações criminosas e articulava um golpe para concentrar poderes de cônsul na república romana.

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