Depois da Grécia e da França nos últimos meses, os trabalhadores de Portugal fazem nesta quarta-feira 24 uma greve geral em protesto contra as medidas de austeridade fiscal anunciadas pelo governo de Portugal para combater as consequências da crise internacional. Assim como nos outros países, o governo português tenta jogar nas costas dos trabalhadores os custos provocados pela crise, que entre outras coisas causou 30 milhões de desemprego em todo o mundo.
Pela primeira vez nos últimos 22 anos, a greve geral foi convocada conjuntamente pelas duas centrais sindicais portuguesas, a CGTP-IN e a UGT. Balanço parcial divulgado pelas centrais indica que 80% dos trabalhadores aderiram à paralisação. Os bancários portugueses também participam da greve.
Os portugueses protestam contra os cortes nos salários dos servidores públicos, a redução generalizada do poder de compra de todos os trabalhadores, o agravamento do custo de vida, os ataques aos direitos trabalhistas, o bloqueio às negociações coletivas, os cortes na proteção social, o congelamento das pensões, a diminuição ou eliminação dos abonos de família, o empobrecimento dos assalariados e da população em geral e o aumento das desigualdades.
A greve geral faz um apelo por políticas alternativas, desenvolvimento, empregos dignos, salários justos e proteção social.
O comunicado oficial divulgado pela CGTP-IN ressalta a urgência de uma forte resposta dos trabalhadores contra as medidas antissociais impostas pelo governo, que usa a crise financeira como pretexto para atacar os direitos da classe trabalhadora, ao mesmo tempo em que empresas e grandes grupos econômicos e financeiros continuam a acumular lucros abundantes.
A pauta de reivindicações do movimento sindical português ainda inclui: investimento no setor produtivo, criação de empregos de qualidade, com direitos e combate à precariedade, salário mínimo de 500 euros a partir de janeiro de 2011, aumento dos salários em geral, efetivação do direito à negociação e contratação coletiva, serviços públicos de qualidade, combate à economia paralela, às fraudes e evasões fiscais, aos paraísos fiscais e pela tributação das grandes fortunas, dos valores das transações em bolsa e dos produtos de luxo.