As margens praticadas pelos bancos em operações de crédito, chamadas de spread bancário, podem parar de cair depois de seguidas reduções desde o início de 2009. Mesmo com a tendência de queda na inadimplência e a taxa básica da economia (Selic) estável no menor patamar registrado no país, a a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) atribui à carga tributária o motivo para frear a redução.
Segundo Rubens Sardenberg, economista-chefe da entidade, em entrevista coletiva à imprensa, o ritmo de queda das margens vai diminuir. “Alguns fatores que sempre prejudicaram a redução do spread permanecem, como a elevada carga tributária”, declarou. Ele reconhece que o aumento da competição diante da disposição de ampliar o crédito pode favorecer juros mais baixos.
Aumento da oferta
Os dois maiores bancos privados do país vem ampliando o volume de crédito oferecido. O Bradesco prevê aumento de 20% de sua carteira em 2010, e o Itaú Unibanco aposta em avanço de até 25%. Os números apontam o mesmo ritmo alcançado em meados de 2008, antes da crise econômica internacional.
Em setembro daquele ano, as instituições financeiras privadas restringiram a oferta de empréstimo a seus clientes, provocando um impacto imediato para a economia do país. O Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal adotaram estratégia oposta, e cresceram sua participação no mercado de 28,4% para 33,9%, segundo estudo da consultoria Austin Rating publicado pelo jornal O Globo.
Para recuperar terreno, o Bradesco ampliou o prazo do Crédito Direto ao Consumidor (CDC) de 26 para 38 meses, enquanto o empréstimo pessoal pode ser pago em até 60 meses.