Em todo o Estado, segundo levantamento da Fetrafi-RS, foram 862 agências
A proposta de 5,5% da Fenaban provocou a indignação e fez a adesão se ampliar no segundo dia da greve dos bancários, nesta quarta-feira (7). Na área de abrangência do SindBancários, Porto Alegre e Região Metropolitana, 397 agências ficaram paralisadas. Em todo o Estado, segundo levantamento da Fetrafi-RS, foram 862 agências. A greve cresceu 12,4% no Rio Grande do Sul.
“A greve está crescendo. Mesmo com muita chuva, os colegas compreenderam a importância da participação e da mobilização. Estamos num ritmo muito bom de greve. A proposta da Fenaban indignou muito os colegas de bancos públicos e privados. Sem proposta decente com aumento real, a tendência é que o movimento se fortaleça ainda mais”, avalia o presidente do SindBancários, Everton Gimenis.
O segundo dia de greve teve caravana de convencimento nas agências bancárias da base do SindBancários, almoço coletivo na sede do Sindicato, e ato de mobilização em frente à agência do Badesul, na Andrade Neves, também no Centro de Porto Alegre. Os bancários do Badesul reivindicam atendimento de sua pauta de reivindicações. À tarde, grevistas se reuniram no auditório da Casa dos Bancários para assistirem ao documentário “Quem está doente é o banco”, produzido pelo Coletivo Catarse em parceria com o SindBancários em 2014. Após a exibição do documentário, houve debate (veja link abaixo).
Assembleia organizativa
Nesta quinta-feira, 8/10, a agenda de mobilização dos bancários prevê a realização de caravanas de convencimento a partir das 9h nas agências bancárias e assembleia organizativa às 14h, no Clube do Comércio (Rua dos Andradas, 1085, Centro Histórico de Porto Alegre). Esta assembleia não será deliberativa, pois não há nova proposta da Fenaban que possa ser objeto de avaliação e decisão. Essa assembleia vai definir o calendário de mobilização da sexta-feira, 9/10, e do início da próxima semana.
Proposta indecente e lucros dos bancos
A Fenaban ofereceu, na mesa de 25 de setembro reajuste de 5,5%. O índice é quase metade da inflação do último ano, de 9,88%. Nos últimos 11 anos, os bancários realizaram 11 greves consecutivas e conquistaram sucessivos aumentos reais.
“O que mais tem indignado os bancários e a população é saber que os seis mais importantes bancos do país lucraram muito e que cobram juros altíssimos no cartão e taxas abusivas. Não tem crise para os banqueiros. Nós, bancários, não podemos pagar a conta desta crise porque somos nós, com o nosso trabalho, que fazemos os bancos terem lucro”, acrescentou Gimenis.
O presidente se referiu aos dados do DIEESE, segundo os quais o lucro dos seis mais importantes bancos do país (Itaú, Bradesco, Caixa, Banco do Brasil, Santander e Banrisul) cresceu 27,4% no primeiro semestre deste ano, chegando a R$ 36,6 bilhões. Outro índice indignante são os juros cobrado no cartão de crédito que chegaram a 400% nesta ano, além do aumento de 169% das tarifas bancárias nos últimos três anos.
Agenda de Mobilização
Quinta-feira, 8/10
9h: Caravanas de convencimento nas agências bancárias.
14h: Assembleia Organizativa de GREVE no Clube do Comércio (Rua dos Andradas, 1.085, Centro Histórico de Porto Alegre)
Sexta-feira, 9/10
9h: Mesa de negociação entre representantes do Badesul e diretoria do banco, com vigília dos trabalhadores em frente à sede do banco.
