Greve: 16º dia na pressão por proposta decente com agências e centros administrativos fechados em SP

Nesta quarta-feira (21), em São Paulo, estão fechados o Vila Santander, Casa 1 e 3; Bradesco Prédio Paulista, Financiamento, Nova Central, Núcleo Alphaville e Telebanco Santa Cecília; Itaú ITM, CA Brigadeiro, CAT, CA Raposo, CTO e CA Pinheiros; CEPTI (antiga Rerop) da Caixa Federal; Superintendência, Complexos São João e Verbo Divino do Banco do Brasil, além de agências de diversas regiões.

A proposta apresentada pela federação dos bancos nessa terça-feira 20 e rejeitada pelo Comando Nacional dos Bancários na mesa de negociação – de 7,5% de reajuste, sem abono – deixou os bancários indignados. Assim, a greve da categoria segue nesta quarta 21, quando a rodada de negociação continua, cobrando reajuste digno para salários, piso, PLR e vales; garantia para os empregos e melhorias das condições de trabalho. A reunião foi remarcada pelos bancos para 14h. 

“A greve completa hoje 16 dias e sem avanço até o momento. Vamos voltar para a mesa de negociação hoje e deixamos claro para a Fenaban que queremos discutir um reajuste digno do esforço dos bancários e correlato aos ganhos reais do setor. Não podemos aceitar perda salarial”, afirma a vice-presidenta da Contraf-CUT e presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira, uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários.

Banco do Brasil  e Caixa Federal – A direção do BB já informou que pretende fazer nova rodada de negociação para debater as reivindicações específicas dos seus funcionários, logo após encerrada a rodada com a Fenaban. A Caixa se manifestou nesta quarta-feira e informou que também se reunirá com representantes dos empregados após rodada com federação dos bancos.

Mobilizados – A greve continua diante de mais uma proposta rebaixada dos bancos e considerada pelos bancários como “ofensa”, “piada”, “desrespeito”. 

“Abaixo da inflação a greve tem que continuar”, declarou uma bancária pelas redes sociais. “Vamos dar um grande e sonoro NÃO!”, disse outra. “Para os bancos não tem crise!”, lembrou uma terceira.

“Esses bancos estão de tiração!”, queixou-se uma trabalhadora. “Isso mesmo, não tem que aceitar isso. Desrespeito”, comentou outra.

Culpa dos bancos – A greve de 2015 é uma das maiores dos últimos anos. A pauta da categoria foi entregue em 11 de agosto e foram realizadas cinco rodadas sem qualquer acordo em relação ao índice de reajuste e demais reivindicações. Isso, apesar de os maiores bancos verem seus resultados aumentarem cerca de 27,5% este ano.

No dia 25 de setembro os bancos apresentaram proposta de 5,5% – que representaria perda de 4% para os bancários – mais abono pago uma só vez no valor R$ 2,5 mil. Assembleias realizadas em todo o país rejeitaram a proposta e a greve nacional teve início em 6 de outubro.

“Tudo isso poderia ter sido evitado se os bancos pagassem um aumento digno aos seus trabalhadores. Eles podem, mas preferem apostar na greve, num flagrante desrespeito aos bancários e a toda a sociedade”, critica Juvandia. “Vamos seguir firmes na luta. Cada um precisa fazer sua parte se quiser ter o devido reconhecimento que os bancos estão negando até agora.”

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