O Itaú Unibanco continua enganando os clientes. A ouvidoria do banco, cuja função deveria ser receber as reclamações dos correntistas e solucioná-las, é usada contra os bancários.
Ao receber a queixa, o órgão a repassa para a superintendência, que cobra uma solução da própria agência, quando, na maioria das vezes, ela depende, apenas, da diretoria do banco. Para completar, por causa da reclamação, a unidade ainda perde pontos no programa de metas, gerando redução salarial.
“A solução não depende de nós, a diretoria do Itaú Unibanco sabe que o problema do atendimento só vai ser resolvido com a contratação em massa de pessoal e o fim das demissões”, argumenta a diretora do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, Ieda de Oliveira, que trabalha na agência Jardim América.
Para a dirigente sindical, o Itaú Unibanco ainda vive na idade da pedra quando se trata de gestão de recursos humanos e relacionamento com o cliente. “Faltam respeito e competência para lidar com esta que é uma questão vital para o funcionamento de qualquer empresa”, sintetizou. Ela avisou que o Sindicato vai tomar as medidas necessárias para resolver a situação.
Fila até na calçada
Uma prova de que a solução depende do próprio banco é a situação da agência Jardim América do Itaú Unibanco, que continua muito grave. Devido à redução do número de funcionários e ao aumento da quantidade de clientes, em decorrência da fusão, a qualidade do atendimento caiu a ponto de a fila varar a porta da unidade.
Esse fato acontece constantemente, sendo mais uma prova de que o banco, apesar da lucratividade recorde alcançada a cada ano, age com desprezo em relação aos clientes, ignorando a saúde física e psíquica dos bancários.
O número de caixas é insuficiente. Antes da fusão eram nove. Hoje são apenas três, o que obriga o gerente operacional e o chefe de serviço a irem para o guichê, sendo, assim, forçados a exercer dupla função.
O clima é sempre tenso. Os clientes ameaçam agredir os bancários, entendendo que a culpa pela mau atendimento é dos trabalhadores, quando a responsabilidade é do Itaú Unibanco, que demite em massa. O clima piorou ainda mais em função de outra mudança: a diminuição do espaço físico da agência, que passou a funcionar em apenas um andar. Antes da fusão eram dois.