Em negociação nesta quarta, banco garante a distribuição de 4% do lucro líquido linear, além da parte fixa e do percentual de salário
(São Paulo) Os bancários do Banco do Brasil garantiram nesta quarta-feira, dia 20, o pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) nos mesmos moldes pagos no semestre passado. O modelo é uma grande conquista dos funcionários porque o BB segue o modelo reivindicado pela categoria, que prevê, além da parte fixa e do percentual do salário, a distribuição de uma parte do lucro líquido de forma linear para todos.
“Foi a nossa primeira vitória nas negociações complementares do BB desde o começo da Campanha Nacional 2006, em agosto. O banco se comprometeu na rodada de negociações de hoje a manter a distribuição de 4% do lucro líquido de maneira igual para todos. A nossa PLR foi uma importante conquista do ano passado que conseguimos manter. Agora é pressionar a Fenaban para que ela atenda também a nossa reivindicação e pague uma PLR mais justa”, disse Marcel Barros, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB.
O banco prometeu levar na próxima rodada de negociações, agendada para o dia 27, os números necessários para que o valor atualizado da PLR seja definido.
Outra conquista desta rodada de negociações foi a incorporação de três cláusulas da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) que o BB até hoje não cumpria. A primeira delas é o auxílio-babá, que o banco só pagava a partir do terceiro mês, enquanto a CCT prevê o benefício desde o nascimento. Outro item é a ajuda de deslocamento noturno, que o banco nunca pagou e agora cumpre os R$ 46,29 previstos na CCT. A última cláusula garantida é sobre o vale-transporte. Hoje a empresa desconta o benefício dos funcionários em até 6% do salário. Com o novo acordo, o limite passa para 4%.
PCS, isonomia e anuênio
Enquanto o Banco do Brasil avançou em questões como PLR, auxílio-babá, vale-transporte e ajuda para deslocamento noturno, reivindicações importantes como isonomia, Plano de Cargos e Salários (PCS) e anuênio continuam sem respostas.
O BB manteve sua postura de não negociar o PCS por ser período eleitoral. A justificativa é que o calendário eleitoral não permite tal ajuste
“Deixamos claro para o banco que não concordamos com o argumento. No nosso ponto de vista não há lógica na justificativa porque o PCS já existe e sofreria apenas alterações”, explicou Ronaldo Zeni, da Federação do Rio Grande do Sul.
Sobre a isonomia, o Banco do Brasil aceitou a incorporação da cláusula da CCT sobre ausências legais para os novos funcionários. “Esta medida vai beneficiar os bancários pós-98, mas isto é apenas uma gota d’água dentro de um oceano de medidas que precisam ser adotadas para que a isonomia seja total. Nossa reivindicação é pela igualdade de direitos”, ressaltou Olivan Faustino, da Federação da Bahia e Sergipe.
Na questão do anuênio, em que pese os sindicatos estarem tendo sucessivas vitórias na Justiça, o Banco do Brasil afirmou que não tem intenção de voltar a pagar o benefício. “Isto é um tiro no pé, porque os Sindicatos vão à Justiça e ganham o anuênio. A decisão do BB vai criar um passivo trabalhista enorme, a diretoria está perdendo a chance de resolver um problema”, afirmou Miriam Focchi, da Fetec Centro Norte.
Sobre a verba 109, de R$ 31,80 que os bancários reivindicam a sua incorporação no PCS, o banco afirmou que ainda está estudando e que não tem resposta.
Previ
A Comissão de Empresa protocolou um ofício solicitando a melhoria dos benefícios para os participantes do Plano 1, utilizando o superávit acumulado no Plano, conforme proposta dos diretores e conselheiros eleitos feita no final de 2005.
Fonte: Contraf-CUT