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A ministra das Finanças espanhola, Elena Salgado, confirmou em 18 de fevereiro que as instituições financeiras sem cotação em bolsa terão de aumentar seu capital principal para níveis de até 10%.
A decisão da Espanha, que obriga as instituições financeiras a cumprir regras de capital mais rigorosas ou correr o risco de serem estatizados, será uma benção para banqueiros e advogados que as ajudam a levantar recursos com lançamentos no mercado de ações e vendas de ativos.
Os bancos espanhóis poderão levantar até ? 20 bilhões (US$ 27,3 bilhões) vendendo ações em ofertas públicas iniciais e reduzindo sua participação em empresas de capital aberto nos próximos dois anos, segundo banqueiros que estão elaborando os planos. Isso acontece depois de vendas de ações em todos os setores, na Espanha, levantaram cerca de ? 13 bilhões nos últimos dois anos, é o que mostram dados da “Bloomberg”.
“Será muito trabalho para algumas firmas de advocacia e bancos de investimento”, disse Pablo Bieger, um sócio em atividade bancária e financeira na Clifford Chance LLP, em Madrid, que montou uma equipe de 23 advogados para trabalhar em negócios resultantes das regras. “Teremos algum gargalo”.
A ministra das Finanças, Elena Salgado, confirmou em 18 de fevereiro que as instituições financeiras sem cotação em bolsa terão de ampliar seu capital principal para níveis elevados, de até 10%. Ela deu às instituições alguma margem de liberdade, ao admitir que as IPOs aconteçam até o primeiro trimestre de 2012, após afirmar, no mês passado, que os bancos que teriam de cumprir as regras de capital no “outono” (setentrional). As associação que reúne bancos de poupança pediu mais tempo.
Salgado está procurando convencer os investidores de que o sistema bancário do país tem condições de absorver os prejuízos do estouro da bolha no setor imobiliário sem onerar demasiadamente as finanças públicas. As regras exigem que os bancos com ações em bolsa tenham um capital principal – uma medida da solidez financeira -, de pelo menos 8%.
“Neste momento, transparência na qualidade do crédito imobiliário é muito mais importante do que estabelecer regras de capital que possam ser difíceis de cumprir, do ponto de vista prático”, disse Luís de Guindos, ex-ministro das Finanças no governo de José Maria Aznar e professor na escola de negócios no Instituto de Empresa, em Madri.
Mesmo com o prazo adicional, a corrida para realizar fusões entre muitos dos bancos de poupança, conhecidos como “cajas”, reorganizá-los na forma de bancos comerciais e persuadir investidores de que eles são investimentos atraentes pode ser difícil.