(São Paulo) Não precisou mais do que vinte minutos de negociação para que os representantes dos financiários deixassem a sala de reuniões da Fenacrefi revoltados. A federação patronal repetiu o que os banqueiros disseram na Fenaban: “não” para todas as reivindicações. “O mais lamentável é que só estávamos debatendo cláusulas sociais. E boa parte delas não causa qualquer impacto econômico nas empresas”, disse Sérgio Siqueira, diretor da Contraf-CUT.
Dentre os temas em pauta na rodada de negociações desta quinta-feira, dia 24, estavam a equiparação dos direitos das mães que adotam crianças (como estabilidade e licença maternidade) e uma campanha contra o assédio moral. Também foram discutidos o abono de mais de duas faltas em caso de internação de um dos filhos e o desconto parcelado durante doze meses do abatimento salarial referente às férias.
“Infelizmente, a falta de sensibilidade da Fenacrefi soou como provocação. Nem a unificação das datas-bases dos financiários com os bancários para 1º de setembro foi aceita. E olhe que no Rio Grande do Sul a data-base é em agosto e em Minas é em novembro, ou seja, os patrões negaram uma unificação por causa de um mês. Isto é inadmissível!”, afirmou Sérgio Siqueira.
Unificação
Os representantes dos financiários também ouviram um “não” para a reivindicação de unificação dos benefícios e pisos em todo o país. Segundo os negociadores, a Federação não vê problemas, mas as regionais de Minas e Rio Grande do Sul não aceitaram.
“Isto é um verdadeiro descaso, não podemos esquecer que as empresas são as mesmas em todo o Brasil. Não há motivos para tratamento diferenciado. Os banqueiros, que são os donos das financeiras, não dão o menor valor aos financiários. No final do encontro ainda nos provocaram. Vamos ter que nos mobilizar e protestar em todo o país se quisermos arrancar alguma coisa nas negociações”, finalizou Sérgio Siqueira.
Fonte: Contraf-CUT