Pesquisa do professor Marcio Pochmann mostra que número de trabalhadores terceirizados, no Estado, passou de 60,5 mil para 424 mil de 1985 a 2005
Estudo lançado agora em abril pelo professor Marcio Pochmann, da Universidade de Campinas, Unicamp, mostra que nos últimos 20 anos o número de empregos formais em empresas de terceirização foi multiplicado por sete vezes entre 1985 e 2005, enquanto o número empregos criados avançou em 1,4% no mesmo período no Estado de São Paulo. Em 1985, existiam 60,5 mil terceirizados, que passaram para 424 mil em 2005. (Veja o estudo na íntegra http://www.sindeepres.org.br/v01/fotos/Pesquisa%20Marcio%20Pochman.pdf).
O aumento do número de empresas de terceirização foi ainda maior. Eram 257 na década de 80 e passaram para 6.308 empreendimentos. O estudo destaca expressivo crescimento dessas empresas a partir do Plano Real. Em 1994 eram 1.238, chegando a mais de 6 mil em 2002.
Outro ponto destacado é que embora o número de empresas cresça exponencialmente, o número de empregados contratados por cada uma delas diminuiu. Em 1985, tinham, em média, 235 empregados. Em 2005, apenas 67. O próprio estudo afirma que, “Do ponto de vista da organização do trabalho, ganhou forte impulso a abertura de empreendimentos sem empregados, mais conhecidos como ‘PJs’ (Personalidade Jurídica), que passaram a realizar as atividades anteriormente desenvolvidas por empregados assalariados formais”. E cita que, em 2005, um terço das empresas de terceirização não tinha empregados.
Para o diretor executivo da Contraf-CUT Miguel Pereira, esse estudo é importante por mostrar o avanço da terceirização e precarização do trabalho e provar a criação dos PJs, que são pessoas que deixam de trabalhar como empregados para serem falsas pessoas jurídicas, sem os direitos garantidos como 13º, férias etc. “Mas é importante ressaltar que, no setor bancário, a realidade é pior ainda. Nas fiscalizações feitas pelo Ministério do Trabalho muitos bancos foram multados por não informarem os trabalhadores que contratam por meio de terceirização ilegal em áreas como retaguarda e tesouraria em empresas ‘quarteirizadas’ e falsas cooperativas. O que eles fazem é intermediação fraudulenta de mão-de-obra”, afirma.
Fonte: Contraf-CUT