Cerca de 300 bancários do Ceará participaram no sábado, dia 18, do Encontro Estadual que definiu a pauta de reivindicações que será levada à Conferência Regional do Nordeste, que acontece nos dias 15 e 16 de julho, em Recife. A Contraf-CUT foi representada pelo Secretário de Formação, William Mendes.
William enfatizou que os bancários são a única categoria no Brasil que possui uma Convenção Coletiva de Trabalho válida para todos os trabalhadores do Brasil. Ele fez um breve resgate histórico da luta dos bancários no País e destacou como ponto positivo da última campanha salarial a inclusão de uma cláusula que trata do combate ao assédio moral.
“Infelizmente, o Banco do Brasil é o único banco que ainda não assinou o protocolo de combate a essa prática e esse é um debate que com certeza será feito na campanha de 2011”, disse. William informou que o Comando Nacional é composto pela Contraf-CUT, dez federações e 24 sindicatos de todo país. “Nosso objetivo é construir uma pauta que englobe os principais anseios dos bancários e momentos como este são fundamentais para isso”.
Os bancários discutiram também a conjuntura nacional. A exposição sobre a situação econômica foi realizada pelo supervisor técnico do Dieese-CE, Reginaldo Aguiar. Ele ressaltou que o cenário de crescimento econômico com distribuição de renda num ambiente democrático é muito positivo. Quanto à realidade do bancário, Reginaldo destacou a alta rotatividade dentro das agências que força uma queda na remuneração da categoria.
O representante da Federação dos Bancários do Rio de Janeiro e Espírito Santo na Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil, Carlos Sousa, destacou a realidade dentro das agências do Banco do Brasil. Segundo ele, o BB se comporta hoje como um banco privado e delega seu papel social de fomento a segundo plano. Ele relatou casos de adoecimentos por conta da pressão por metas e assédio moral, que devem ser combatidos urgentemente.
O presidente da Apcef-CE, Áureo Júnior, afirmou que a realidade dentro da Caixa Econômica Federal não é diferente. A bancarização da população, que deveria ser um fato positivo, trouxe um acúmulo de serviço absurdo dentro das unidades do banco. “O serviço aumentou, mas o banco não contratou gente suficiente para suprir essa demanda, gerando muita pressão e assédio moral”, denunciou.
O coordenador da Comissão Nacional dos Funcionários do BNB, Tomaz de Aquino, destacou várias pautas importantes do funcionalismo que se arrastaram por toda a gestão Smith sem uma resolução definitiva, tais como: revisão do PCR, passivos trabalhistas, revisão do Plano BD da Capef etc.
Ao final, os bancários elegeram a delegação cearense que irá participar da Conferência Regional.
Também foram escolhidos os delegados ao 27º Congresso Nacional dos Empregados da Caixa (Conecef), ao 22º Congresso Nacional dos Funcionários do BB e ao 17º Congresso Nacional dos Funcionários do BNB, que acontecem todos nos dias 9 e 10 de julho. Os encontros do BB e Caixa ocorrem em São Paulo e o do BNB, em Itamaracá (PE).
“A participação dos bancários foi de fundamental importância, pois refletiu os anseios dos bancários do nosso Estado. Agora, partiremos para os fóruns regionais e nacionais, buscando a construção de uma pauta forte para a Campanha Nacional deste ano”, finalizou o presidente do Sindicato, Carlos Eduardo Bezerra.
Veja algumas propostas aprovadas para os bancos públicos:
BANCO DO BRASIL
– Combate ao Assédio Moral;
– Fim da pressão por metas;
– Melhor remuneração para que o bancário não seja refém das comissões;
– PLR melhor, mas com manutenção das condições dignas de trabalho;
– Debate sobre o papel dos correspondentes bancários e suas condições de trabalho.
CAIXA ECONÔMICA FEDERAL
– Combate à terceirização;
– Combate ao assédio moral;
– Luta pela isonomia;
– Revisão dos processos de promoção;
– Processo Seletivo Interno com transparência
– Valorização do papel de banco público com valorização do empregado.
BANCO DO NORDESTE DO BRASIL
– Revisão do Plano de Cargos e Remuneração (PCR);
– Resolução dos passivos trabalhistas;
– Revisão da contribuição do banco para a Camed;
– Revisão do Plano BD da Capef;
– Combate à terceirização;
– Convocação dos concursados.