No 24º dia de greve dos funcionários do Banco da Amazônia nesta quinta-feira (20), a direção do banco apresentou uma nova proposta em negociação com o Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, em Belém, um dia depois de as entidades terem percorrido ontem, em Brasília, os caminhos do governo federal, reunindo com o DEST; e do poder legislativo, buscado o apoio de deputados aliados dos trabalhadores na Câmara dos Deputados.
Na proposta específica apresentada nesta manhã, o Banco da Amazônia reafirmou que seguirá o reajuste da Fenaban de 9% sobre todas as verbas (aumento real de 1,5% acima da inflação) e o não desconto dos dias parados na greve, que serão compensados até o dia 17 de dezembro, na mesma fórmula do ano passado (compensar 1h da jornada para cada 2h de greve).
O banco propõe também valorização do piso salarial, que passará de R$ 1.252,00 para R$ 1.520,00 (aumento de 21,32%), sem reflexo na tabela do plano de carreira.
Quanto ao modelo de PLR, o Banco da Amazônia irá adotar a mesma fórmula do ano passado (6,25% do lucro líquido + 3% de PLR social), com a seguinte distribuição: 40% linear e 60% proporcional à remuneração, havendo uma antecipação de PLR no valor de R$ 500,00.
Por força da greve e pressão das entidades sindicais, o banco se compromete a implantar o ponto eletrônico na vigência do acordo (havendo uma tolerância para a implementação até dezembro de 2012); e negociar com as entidades sindicais, em até 60 dias, uma solução para o sobreaviso dos trabalhadores, da Matriz e de agências, que ficam à disposição do Banco nos finais de semana.
Clique aqui para ver a íntegra da proposta do Banco da Amazônia.
Participaam da negociação dirigentes da Contraf-CUT, Fetec-CUT/CN e Sindicato dos Bancários do Pará.
Avaliação
O Comando Nacional avalia que a nova proposta apresentada é resultado da pressão feita pela mobilização dos bancários em todo o país, num momento em que os trabalhadores estão diante de uma conjuntura complexa durante essa campanha salarial, com ameaças e pressões. Bancos e governo adotam um discurso falso, amplamente repercutido pela mídia, de que aumento salarial gera inflação.
Essa tese equivocada está sendo enfrentada pelos trabalhadores e a força da greve conseguiu reverter essa lógica, conquistando aumento real e outros avanços fundamentais. É uma vitória econômica e, principalmente, política dos bancários.
Assembleias
O Sindicato dos Bancários do Pará convoca todos os empregados e empregadas do Banco da Amazônia para a assembleia geral que será realizada, às 18h, na sede da entidade, para apreciar a nova proposta do banco.
As entidades sindicais orientam aos trabalhadores do Banco da Amazônia a aprovação da proposta.