Após 15 anos de persistência, a ex-bancária Maria Aparecida da Costa Assis, 57 anos, finalmente comemorou o reconhecimento de seus direitos trabalhistas. Ex-funcionária do Banco Geral do Comércio, comprado pelo Santander em 1997, ela brigava na Justiça pelo pagamento de horas extras e as sétima e oitava horas.
A trabalhadora entrou com a ação em 1996, auxiliada pelo departamento jurídico do Sindicato dos Bancários de São Paulo. Após recorrer em todas as instâncias, a decisão definitiva veio do Tribunal Superior do Trabalho.
“Me sinto muito feliz porque finalmente consegui o que é meu de direito. E o Sindicato fez por onde valer esse direito”, disse Maria Aparecida nesta quinta-feira, dia 1º, quando veio à sede da entidade receber seu cheque, entregue pela diretora executiva da entidade e funcionária do Santander, Rita Berlofa. “Parabéns por sua luta”, felicitou-a a dirigente.
Hoje aposentada, Maria Aparecida foi funcionária do Banco Geral do Comércio de 1984 até 1996, quando saiu para trabalhar como autônoma. “Tinha hora para entrar, mas nunca para sair”, contou. Além das duas horas excedentes à jornada de seis horas da categoria, ela ainda fazia horas extras. “Muitas vezes o chefe me pedia coisas às 9h da noite e eu tinha de fazer, aí saía 23h, meia-noite”.
Depois de 11 anos de uma carga sobre-humana de trabalho, Maria Aparecida desistiu da profissão. Mas o banco se recusou a pagar o que a trabalhadora merecia e ela procurou a ajuda do Sindicato.
“Lembro muito bem que no dia em que estava indo para a primeira audiência e pensei: meu Deus, o senhor sabe que não estou pleiteando nada além dos meus direitos”. Mesmo assim, Aparecida chegou a pensar em fazer acordo com o banco, em que perderia 97% do que merecia receber.
“Eu estava precisando de dinheiro para pagar a perua que comprei para trabalhar, e quase aceitei qualquer coisa, mas a advogada do Sindicato não deixou que eu abrisse mão. Hoje estou feliz por ter seguido o conselho da advogada e não ter desistido”, comemorou.