Selic cai, mas Brasil ainda é o terceiro país com maior juro real no mundo

Com a redução de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros, a Selic, o Brasil ocupa a terceira posição entre os países com os maiores juros reais (taxa que desconta a inflação) do mundo.

De janeiro de 2010 até março deste ano, o país se manteve no topo desta lista. Agora, a China encabeça o ranking com juros reais de 3,7%, enquanto a taxa no Brasil baixou para os atuais 2,3%, terceira posição na lista.

O Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) anunciou nesta quarta-feira (11) a redução da Selic. Com a decisão, a taxa caiu para 8% ao ano, o menor patamar da série histórica iniciada em 1986.

O ranking dos juros reais é elaborado pela corretora Cruzeiro do Sul/Apregoa, com 40 das maiores economias do planeta. Da taxa básica, foi descontada a inflação projetada para os próximos 12 meses.

Segundo Jason Vieira, analista internacional da Cruzeiro do Sul Corretora, um fato que fez com que o Brasil deixasse a primeira colocação foi o desaquecimento da demanda internacional, que reduz as projeções para a inflação na China e Rússia, as duas primeiras colocadas.

No Brasil, o índice de preços ao consumidor também vem desacelerando. Outra contribuição para a queda dos juros no Brasil é o processo consistente que o governo vem adotando para reduzir a Selic, umas das metas da presidente Dilma.

Segundo levantamento da corretora Cruzeiro do Sul, feito em colaboração com o analista de mercado da Weisul Agrícola, Thiago Davino, para que o Brasil deixasse a terceira colocação no ranking atual, seria necessário um corte de 0,75 ponto percentual nos juros. Assim, o país chegaria a uma taxa real de 2,1%, ficando atrás da China (3,7%), Rússia (3,5%) e também do Chile (2,2%). Neste cenário, a taxa brasileira seria de 2,1%.

Na lista dos países avaliados, mais da metade dos países citados, 22 no total, registram juro real negativo. Tanto que a taxa média geral dos 40 países analisados ficou em -0,4%. Os últimos lugares do ranking são ocupados por Hong Kong (-3,6%), Venezuela (-4,6%) e Cingapura (-4,7%).

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