A Polícia Federal do Rio Grande do Sul investiga a possibilidade de participação de integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital) no furto de US$ 6,5 milhões do Banco Província, de Buenos Aires, no dia 31.
Segundo o delegado Ildo Gasparetto, fotos e dados de assaltantes de bancos ligados à facção criminosa, todos de São Paulo, foram passados aos agentes federais nos sete postos da fronteira gaúcha com Argentina e Uruguai.
Gasparetto afirmou que há indícios de atuação de ladrões da facção criminosa em Buenos Aires.
“São mais do que semelhanças. São indícios da participação de ladrões da facção criminosa paulista na ação em Buenos Aires.”
Além disso, enumera semelhanças com o assalto ao Banco Central de Fortaleza -o maior da história do Brasil, com R$ 164,7 milhões roubados, em 2005- e a tentativa de assaltos a bancos em Alagoas e Porto Alegre, e outra em Assunção no Paraguai, atribuídos a integrantes do PCC.
A primeira das semelhanças, aponta, é que, assim como em Fortaleza, os ladrões alugaram uma casa próxima ao banco. Do imóvel, locado em julho, eles cavaram o túnel em direção à instituição.
Além disso, a 30 metros de extensão, também havia, a exemplo das escavações para o assalto no Ceará, iluminação, ventilação e revestimento nas paredes para evitar desabamento.
“Aguardamos da polícia argentina informações sobre o que foi apreendido no túnel para saber se o material tem as mesmas características do que foi encontrado em Fortaleza, em agosto de 2005, e na Operação Toupeira aqui em Porto Alegre, em setembro de 2006”, afirmou.
O roubo de cofres do banco gerou protestos de clientes, que faziam filas pedindo esclarecimentos.
Foi divulgado que os alarmes da agência soaram algumas vezes em dias anteriores ao assalto.
A primeira vez foi em 23 de dezembro, muito antes dos dias de ano novo como anteriormente se pensava, depois nos dias 29 e 30 de dezembro e ainda em outras duas oportunidades durante a noite de 2 de janeiro.
O sistema de segurança da agência, além do convencional alarme, possui os de tipo antissísmico.
Qualquer movimentação subterrânea é identificada. Mas, segundo o presidente do banco, Guillermo Francos, ninguém levou em consideração os avisos por considerar que eram somente vibrações naturais.