Os representantes que realizaram a apresentação do banco HSBC nesta terça-feira, dia 2 de junho, no Encontro Nacional dos Dirigentes Sindicais, em Curitiba, afirmaram que a estratégia de negócios da empresa é investir no varejo. De acordo com o banco, a promoção do executivo Conrado Engel à presidência do HSBC Bank Brasil, a partir deste 1º de junho, é um sinal de que o banco pretende crescer ainda mais no país. Engel substitui Shaun Wallis e, nas palavras de um dos representantes do banco, é um especialista e “profundo conhecedor de varejo”.
Contradizendo rumores de que o cenário de concentração do setor atingiria o banco, os representantes enfatizaram que o HSBC está traçando para o Brasil uma trajetória de longo alcance, “de pelo menos 100 anos”. “O movimento é de investimento, não de desinstalação. O HSBC é um banco conservador e é isto que garante sua solidez. Mesmo em um cenário de crise, não precisamos de investimento estatal”, comentou um dos representantes do banco.
Sobre o temor de transferência da área de tecnologia do banco para o México, Antonio Carlos reafirmou que não haverá transferência e que a migração de alguns executivos do Brasil para o país se dá devido a implantação de uma plataforma de negócios única, na qual os executivos brasileiros têm papel fundamental devido sua postura de vanguarda.
Já Sergio Loução, superintendente regional de Curitiba, afirmou que não há definição para o projeto de loja de negócios. “É um projeto piloto e está em avaliação, ainda não sabemos se haverá expansão”, concluiu.
Polêmica – Sobre a remuneração variável e as alterações nas regras do programa próprio que geraram tanta insatisfação dos trabalhadores, Edwin Schulze explicou que tudo não passou de um problema de comunicação. O representante do banco afirmou que os trabalhadores não estavam suficientemente atentos para os impactos da alteração e que as ações de comunicação deveriam ser intensificadas. Apesar de assumir falhas na comunicação do banco com seus funcionários, o representante do banco disse que “as mudanças não visam que as pessoas não ganhem” e que “as alterações estavam alinhadas com o que tem sido feito pelo mercado”.
O movimento sindical considerou as explicações vazias e pouco satisfatórias, o que ficou evidenciado nas intervenções dos representantes dos trabalhadores. Os bancários salientaram que ninguém entende o programa de remuneração próprio do banco, o que significa que não se trata de um problema pontual de comunicação, mas de um descaso do banco em relação aos seus trabalhadores. Falta transparência e os dirigentes sindicais exigiram do banco providências urgentes e esclarecimentos.
Os representantes do banco também foram cobrados pelos dirigentes sindicais a explicar de que forma foi assinado o acordo nacional que possibilitou as alterações no programa próprio de remuneração variável do banco.
Utilizando a lei 10.101/2000 que dispõe sobre a participação dos trabalhadores nos lucros ou resultados da empresa, Gilmar Lepchak e Antonio Carlos foram enfáticos ao afirmar que não há necessidade de anuência do movimento sindical para implementação das mudanças. Segundo eles, não houve assinatura. A afirmação gerou descontentamento por parte dos dirigentes sindicais que acusaram o banco não apenas de falta de clareza como de contribuir para a confusão e descontentamento, incitando os diretores a acusarem o movimento sindical de ter concordado com as alterações, o que sempre foi uma inverdade. Sem querer, os próprios representantes do banco confirmaram que o HSBC descumpriu a Lei, que afirma “deverão constar regras claras e objetivas quanto à fixação dos direitos”. Não houve nada de transparente na comunicação do banco com os trabalhadores.
Os representantes do banco presentes ao Encontro Nacional dos dirigentes sindicais foram Edwin Schulze, gerente de relacionamento do recursos humanos, Gilmar Lepchak, relações sindicais, Antonio Carlos, relações sindicais, recursos humanos e desenvolvimento organizacional e Sergio Loução, superintendente regional da rede de agências de Curitiba.