A reunião entre a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), representada pelo Coletivo Nacional de Saúde do Trabalhador e por Marco Aurélio Silveira, membro do Comando Nacional dos Bancários, com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), realizada nesta quarta-feira (20), em São Paulo, terminou com a criação de um grupo de trabalho para discutir uma pesquisa sobre os serviços médicos dos bancos, tema que tem causado inúmeros conflitos e dificuldades para os bancários.
A pesquisa se propõe a avaliar a efetividade do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), regulamentado pela Norma Regulamentadora (NR) 7 do Ministério do Trabalho e Emprego e previsto na cláusula 67ª da CCT 2016/2018, que tem como foco central políticas de prevenção. “Reivindicamos um processo mais completo e mais avançado de avaliação do PCMSO com a criação de um questionário, que contemple um diagnóstico mais amplo dos procedimentos dos serviços médicos, possibilitando que a gente consiga trabalhar propostas de prevenção”, afirmou Walcir Previtale, secretário de Saúde do Trabalhador da Contraf-CUT.
Em maio de 2017, a Contraf-CUT entregou para a Fenaban uma proposta de questionário com 21 questões. Com o objetivo de alcançar o consenso entre as partes, a Contraf-CUT propôs a criação de uma comissão técnica para aprofundar os conceitos das questões do formulário. “A importância da criação de um GT técnico é de que o questionário, proposto pelos trabalhadores, venha ao encontro a NR7 e que a Fenaban tenha a oportunidade de manifestar seu ponto de vista”, explicou Carlos Damarindo, secretário de Saúde do Trabalhador do Sindicato dos Bancários de São Paulo e Região.
Para Marco Aurélio Silveira, membro do Comando Nacional dos Bancários, o alto nível de adoecimento da categoria é um importante indicativo de que os serviços médicos dos bancos não funcionam conforme o seu propósito, que é de prevenir doenças e acidentes do trabalho. “Temos de garantir a participação dos trabalhadores nas políticas de saúde no ambiente de trabalho”, reforçou o dirigente sindical.
Análise dos afastamentos de trabalho
O objetivo da comissão é conseguir analisar as causas do adoecimento da categoria e propor políticas preventivas. Para Wadson Boaventura, dirigente sindical da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro Norte (Fetec-CUT/CN), alcançar um ambiente de trabalho seguro e saudável é um direito dos trabalhadores. “Precisamos dar passos concretos no sentido de garantir a preservação da saúde dos bancários e extinguir os riscos do ambiente de trabalho”, disse.
A próxima reunião, prevista para novembro, tem como pauta principal o debate sobre a clausula 67, que trata da causa dos afastamentos dos bancários.