A presença do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região (Seeb/SP) impediu na manhã desta segunda-feira 5 que o Bradesco forçasse a abertura da agência do banco na Avenida Braz Leme, em Santana (zona norte), palco de tiroteio e morte na tarde de quinta-feira 1º.
“Se não estivéssemos ali, a direção do banco teria forçado a abertura, mesmo com os funcionários abalados, com marcas de tiros pelas paredes e com a fachada avariada pelo tiroteio”, diz o diretor do Sindicato Marcos Antonio do Amaral, o Marquinhos, que chegou ao local antes das 10h.
A psicóloga do Bradesco só chegou à agência por volta das 10h30, e passou a atender cada um dos 17 funcionários da agência individualmente, avaliando os danos psicológicos. “O pessoal não teve sossego durante o feriado. Não conseguiam tirar da cabeça os momentos de pânico. E todos têm grande carinho pelo vigilante que foi baleado”, afirmou Marquinhos.
Garantia – Após a pressão do Sindicato dos Bancários de São Paulo, a Gerência Regional do Bradesco garantiu que os funcionários da agência seriam todos dispensados (incluindo aí o pessoal terceirizado, como os responsáveis pela limpeza). O banco estava programando a abertura da agência na parte da tarde, mas com funcionários deslocados de outras agências.
“Exigimos também do Bradesco a emissão de CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho), que garante a responsabilização do banco por problemas psicológicos que podem vir a se manifestar nos bancários que foram vítimas do assalto”, explica o dirigente sindical.
Sobre a situação da agência para os próximos dias, Marquinhos disse que a responsabilidade fica por conta da psicóloga do banco. “Contamos com a avaliação da profissional designada para analisar a situação psicológica dos bancários e definir se têm condições emocionais para trabalhar amanhã ou depois. A responsabilidade sob esta decisão e suas conseqüências é exclusivamente do banco e da psicóloga”.