A taxa de juros cobrada pelos bancos no cheque especial para pessoa física foi de 149,8% ao ano, a maior desde setembro de 2003, quando atingiu 152,2% anuais. O número assustador foi divulgado nesta terça-feira pelo Banco Central juntamente com outros dados sobre taxas de juros dos bancos.
A taxa média de juros (pessoas físicas e jurídicas) passou de 37,4% ao ano, em fevereiro, para 37,6 % ao ano em março. Nos 12 meses fechados em fevereiro (anualizada), a taxa média caiu 0,9 ponto percentual.
No caso das operações destinadas apenas a pessoas físicas, a taxa média caiu de 49% em fevereiro para 47,8% ao ano no mês passado. A taxa média de juros anuais para empresas (pessoa jurídica) foi de 26,5% em março, maior do que os 24,8% de fevereiro.
A taxa de inadimplência geral, considerados atrasos superiores a 90 dias, ficou em 4,1%, contra os 4,4% registrados no mês anterior. Em março, a inadimplência de pessoas jurídicas foi de 1,8% e das pessoas físicas, 6,8%.
Para Miguel Pereira, diretor da Contraf-CUT, não existe justificativa técnica para esse aumento, uma vez que ele ocorreu antes da elevação da taxa Selic pelo BC e com a taxa de inadimplência em queda. “O único motivo é que os bancos estão buscando compensar possíveis perdas de receita que terão com as novas regras sobre tarifas bancárias, que entrarão em vigor no final deste mês. Para isso, cometem o crime de elevar ainda mais o spread bancário, que já é o maior do mundo, com conseqüências graves para toda a economia por conta do efeito em cascata desse aumento”, sustenta.