O Seminário Nacional de Estratégia do Ramo Financeiro organizou, na tarde desta quinta-feira (21), quatro mesas de debates sobre temas centrais para a gestão da Contraf-CUT nos próximos três anos.
O primeiro assunto foi a construção do Macrossetor da CUT para o ramo financeiro. A principal preocupação demonstrada pelos presentes foi com a representação das categorias trazidas pelas novas tecnologias do sistema financeiro, como correspondentes bancários, banco postal, lotéricos e securitários.
Para Enesto Izumi, coordenador do grupo, é de fundamental importância esse aprofundamento do debate, pois os trabalhadores já perceberam a tática dos bancos para tentar enfraquecer a categoria, com a divisão de inúmeras funções.
” Há um sentimento geral de que precisamos nos preparar para este tipo de enfrentamento, inclusive discutindo a contratação diferenciada”. Izumi ressaltou também a urgência para a atualização da Classificação Brasileira de Ocupação (CBO) do Ministérios do Trabalho. “Se, infelizmente, o PL da Terceirização for aprovado, correremos o risco de seguir determinações criadas há mais de 30 anos.”
No grupo 2, o tema de discussão foi o fortalecimento do sindicalismo combativo e independente. Foram apresentadas propostas para ampliar campanhas de sindicalização, valorizar o espaço da mulher no movimento sindical e trazer os jovens para os sindicatos, utilizando principalmente as redes sociais (Facebook, Whatsapp e Twitter, entre outras ferramentas). Também foi debatida a discriminação e o preconceito no interior dos próprios sindicatos.
“Foi um debate grandioso e muito boa a participação de todos no grupo. Os dirigentes mostraram a preocupação de ampliar, manter e organizar a categoria nacionalmente, não pensando no individual, mas no coletivo”, observou Jair Alves dos Santos, diretor da Fetec-SP.
No grupo 3, os dirigentes debateram a ampliação e a qualificação da ação sindical. A formação foi citada em várias falas, como fundamental. Assim como a realização de cursos e encontros sobre o tema. Os debatedores também destacaram a importância do investimento em comunicação para o plano estratégico da Contraf-CUT, federações e sindicatos, com a aproximação de grupos mais jovens, por meio das novas mídias sociais.
” Foram mais de três horas de debate, com mais de vinte intervenções e propostas que serão encaminhadas à direção da Contraf-CUT. Dirigentes sindicais de várias partes do País deram a sua contribuição para organizar a luta da categoria,” ressaltou o coordenador do grupo, Mauri Sérgio de Souza, diretor de Assuntos Jurídicos da Contraf-CUT e vice-presidente do Sindicato dos Bancários de Campinas.
Já o grupo 4 debateu a política internacional da Contraf-CUT e sua relação com a Uni Global, com o Grupo Enlace e com as Centrais Sindicais do Cone Sul, além da postura diante da Rede Sindical de Bancos Internacionais.
Para Mario Raia, coordenador do grupo, o interesse dos dirigentes mostrou a importância do tema para a categoria. “Foram discutidas movimentações financeiras internacionais e apresentadas propostas de ações sindicais unificadas no Exterior.”
Ele garantiu que as propostas sugeridas estão de acordo com o que a Contraf-CUT pensa sobre sua atuação global. “Com certeza, farão parte da política internacional da Confederação nos próximos anos”, explicou.