Na última reunião sob o comando de Alexandre Tombini, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve mais uma vez – a sétima seguida – a taxa básica de juros em 14,25% ao ano. A Selic está nesse patamar desde o final de julho do ano passado. Para a Contraf-CUT, a decisão é um grande erro, prejudica os trabalhadores, e favorece apenas o mercado e os rentistas.
“A Contraf-CUT não tinha expectativa, de que na última reunião comandada pelo Tombini, os juros básicos fossem reduzidos, apesar de considerar a manutenção um grande erro. Mantida pela sétima vez seguida, a atividade econômica, o investimento industrial e o emprego não reagiram”, critica o presidente da Confederação, Roberto von der Osten.
A decisão do Copom foi unânime, sem viés. Na reunião anterior, em abril, o Copom também decidiu por unanimidade pela manutenção, acrescentando que via avanços na política de combate à inflação, mas apontando "nível elevado" do IPCA em 12 meses e expectativas distantes dos objetivos de metas, o que não oferecia espaço para flexibilização da política monetária. A observação foi repetida nesta quarta-feira (8).
O novo presidente do BC, Ilan Goldfajn, não participou da reunião. Seu nome foi aprovado ontem (7) pelo plenário do Senado e pela Comissão de Assuntos Econômicos da Casa, após passar por sabatina. Durante a sessão, ele afirmou que "a taxa de juros será reduzida quando existir condição para isso".
“A Selic alta não contribui em nada para a retomada do crescimento. Como o dinheiro está caro, as empresas fogem da busca de crédito. Desta forma, não tem desenvolvimento, a concentração de renda continua, e o desemprego vai ser o cenário que vamos enfrentar por mais um bom período”, avalia o presidente da Contraf-CUT.
Depois de atingir seu menor nível histórico em outubro de 2012 (7,25%) e assim permanecer durante alguns meses, a Selic passou por uma sequência de altas, durante dois anos, até atingir os atuais 14,25%. A taxa nominal, sem considerar a inflação, é a maior em dez anos.
A próxima reunião do Copom, já com Goldfajn na presidência do BC, será realizada em 19 e 20 de julho.