Bancários de Catanduva e Região rejeitam proposta vergonhosa da Fenaban

O reajuste proposto pela Fenaban impõe perdas de 4% para salários, PLR, piso, vales e auxílios

A resposta veio à altura da proposta. Os bancários aprovaram, em assembleias por todo o Brasil, greve por tempo indeterminado a partir da terça-feira (6) contra o índice de 5,5% apresentado pela Fenaban, a federação dos bancos. Em Catanduva, a greve teve apoio unânime.

“Os banqueiros mexeram num vespeiro. Todos os bancários estão revoltados. Os bancos apresentaram a pior proposta dos últimos anos, em total descaso com a categoria, num momento em que eles têm lucros nas alturas”, enfatiza Paulo Franco, presidente do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região.

O reajuste proposto pela Fenaban impõe perdas de 4%, não só para os salários, mas também para a Participação nos Lucros e Resultados, para o piso, vales e auxílios. A proposta trouxe de volta para a mesa, ainda, a lógica do abono.

O Comando Nacional dos Bancários foi bem claro com a Fenaban: abono não substitui reajuste. Os R$ 2.500 propostos não se incorporam aos salários, nem incidem sobre FGTS, férias e 13º salário.

“Os bancos querem impor perdas à nossa categoria, acabar com os aumentos reais conquistados desde 2004 com a desculpa de crise. Mas não vão conseguir. Estão sendo oportunistas. Nada justifica esse desrespeito com os trabalhadores”, reforça Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato de São Paulo e uma das coordenadoras do Comando Nacional.

O Comando dos Bancários já havia avisado à Fenaban que a paralisação nacional seria a consequência dessa proposta rebaixada – que ignorou, ainda, reivindicações fundamentais para a categoria como a garantia de emprego e melhores condições de trabalho.

Os funcionários dos bancos públicos, além de rejeitarem a proposta da Fenaban, repudiaram também a falta de propostas das instituições para as pautas de reivindicações específicas.

Na última quarta-feira (30), a Contraf-CUT enviou ofício à Fenaban para informar que o Comando Nacional dos Bancários estará reunido, em São Paulo, nesta sexta-feira (2). O documento reafirmou a disposição de retomada das negociações para uma proposta global de resolução da Campanha Nacional 2015 “que contemple o reajuste do salário dos bancários pela inflação do período, acrescido de um ganho real que valorize os trabalhadores”.

REIVINDICAÇÕES DA CATEGORIA:

Reajuste salarial de 16%. (incluindo reposição da inflação mais 5,7% de aumento real).

PLR: 3 salários mais R$7.246,82.

Piso: R$3.299,66 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último).

Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$788,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional).

Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.

Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas.

Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.

Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.

Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários.

Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PCDs).

PROPOSTA DOS BANCOS:

Reajuste de 5,5% (representa perda de 4% para os bancários em relação à inflação de 9,88%).

Piso portaria após 90 dias – R$ 1.321,26.

Piso escritório após 90 dias – R$ 1.895,25.

Piso caixa/tesouraria após 90 dias – R$ 2.560,23 (salário mais gratificação, mais outras verbas de caixa).

PLR regra básica – 90% do salário mais R$ 1.939,08, limitado a R$ 10.402,22. Se o total ficar abaixo de 5% do lucro líquido, salta para 2,2 salários, com teto de R$ 22.884,87.

PLR parcela adicional – 2,2% do lucro líquido dividido linearmente para todos, limitado a R$ 3.878,16.

Antecipação da PLR

Primeira parcela depositada até dez dias após assinatura da Convenção Coletiva. Pagamento final até 01/03/2016.

Regra básica – 54% do salário mais fixo de R$ 1.163,44, limitado a R$ 6.241,33 e ao teto de 12,8% do lucro líquido – o que ocorrer primeiro.

Parcela adicional – 2,2% do lucro líquido do primeiro semestre de 2015, limitado a R$ 1.939,08.

Auxílio-refeição – R$ 27,43.

Auxílio-cesta alimentação e 13ª cesta – R$ 454,87.

Auxílio-creche/babá (filhos até 71 meses) – R$ 378,56.

Auxílio-creche/babá (filhos até 83 meses) – R$ 323,84.

Gratificação de compensador de cheques – R$ 147,11.

Requalificação profissional – R$ 1.294,49.

Auxílio-funeral – R$ 868,58.

Indenização por morte ou incapacidade decorrente de assalto – R$ 129.522,56.

Ajuda deslocamento noturno – R$ 90,67

Compartilhe:

Compartilhar no facebook
Facebook
Compartilhar no twitter
Twitter
Compartilhar no whatsapp
WhatsApp
Compartilhar no telegram
Telegram