(São Paulo) A direção da Nossa Caixa transfere os problemas do banco para a próxima gestão. Esta foi a resposta dos representantes da instituição durante a reunião realizada com o Sindicato, nesta quinta-feira, dia 23.
"Esse é o legado que a direção passa para os funcionários e para a nova gestão. Deixou seqüelas que precisam ser solucionadas: falta de funcionários, falta de estrutura, alteração de PCS, direitos diferenciados, instabilidade emocional, entre outros", disse Raquel Kacelnikas, funcionária do banco e diretora do Sindicato.
“Temos que continuar intensificando a nossa mobilização para não deixar que a próxima diretoria inicie a sua gestão sem diálogo. Serão necessárias grande participação e organização dos bancários para impedir que a tragédia como a dos últimos quatro anos se repita ”, completa.
O Sindicato repudia a postura do banco e marcou para quarta-feira, dia 29 de novembro, uma plenária com os trabalhadores da Nossa Caixa com o objetivo discutir a situação e estabelecer os próximos passos da organização dos bancários.
Veja quais foram as reivindicações apresentadas pelo Sindicato e as repostas do banco.
Valor adicional à PLR
A direção da Nossa Caixa insiste que as projeções de lucro para o último trimestre de 2006 não seriam suficientes para superar os resultados do ano passado de forma a atingir a regra de pagar entre R$ 1000 e R$ 1500 aos funcionários, conforme previsto no acordo da Fenaban com a categoria.
O banco não quer discutir essa e as demais reivindicações econômicas – como igualdade de direitos para os funcionários novos – e tenta transferir suas responsabilidades para a próxima gestão.
Assédio Moral
O banco reconheceu a prática do assédio moral ao se comprometer em promover uma campanha de esclarecimento sobre o que é como ela deve ser evitada. O reconhecimento do banco é um avanço, mas da forma como pretende fazê-lo vai transferir a responsabilidade da conduta para os gestores locais.
“O banco não reconhece que o assédio se intensificou com o modelo de gestão da própria diretoria, portanto, será preciso que se auto-conscientizem e promovam mudanças na estrutura de gestão. A institucionalização do assédio moral, muito utilizado como instrumento para pressionar os funcionários a bater metas, tem de acabar ainda nesta gestão”, disse Raquel Kacelnikas.
Banco de Horas
De acordo com levantamento da Nossa Caixa cerca de seis mil bancários possuem banco de horas, na sua grande maioria entre 15 minutos e 50 horas. O banco se comprometeu que uma parte será compensada e outra será paga até o final deste ano.
O Sindicato reiterou que não concorda com a instituição do banco de horas e que sua existência só reforça a necessidade de a Nossa Caixa contratar mais funcionários, além de ser uma prova de que o banco não se preparou para receber as contas dos funcionários públicos vindas do Santander Banespa.
Fonte: SEEB SP