Os 323 delegados (212 homens e 111 mulheres) presentes no 27º Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil foram divididos em cinco grupos, neste sábado (18), para debater a pauta específica, que será apresentada e aprovada em plenária final neste domingo (19). Os temas dos grupos foram remuneração, saúde, organização do movimento, sistema financeiro nacional e previdência.
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Grupo 1 – Remuneração e condições de trabalho
Na questão de remuneração, os bancários debateram a unidade da categoria na política de aumento real de salários, com o índice a ser retirado na Conferência Nacional dos Bancários, que ocorrerá de 29 a 31 de julho.
Também discutiram a necessidade de um plano de carreira e remuneração melhor do que já existe hoje no Banco do Brasil, com aumento nas promoções por mérito e com inclusão de escriturários.
Segundo o coordenador do grupo e dirigente da Contraf-CUT, Ernesto Izumi, as discussões também se estenderam sobre a necessidade de negociar com o banco as questões específicas, que incluem várias funções, desde assistentes, gerentes, supervisores, ficais, engenheiros e arquitetos.
“Nas condições de trabalho, nós discutimos a necessidade de dar melhoria no combate ao assédio moral, contra as práticas antissindicais, comissionamento e descomissionamento, além do respeito à jornada de trabalho. No que se refere às mulheres, reivindicamos que os 15 minutos, fora do período de trabalho, sejam inseridos na jornada, e remunerados. Também debatemos questões relacionadas ao atendimento, agências digitais e inovações tecnológicas”, destacou.
Grupo 2 – Cassi/ Saúde Pública e Suplementar
Entre as propostas do grupo está a realização de um fórum nacional sobre saúde, tendo como sugestão de data um dia antes do congresso dos funcionários. Os delegados e delegadas discutiram o grande número de bancários adoecidos e a importância do fortalecimento do modelo assistencial de Estratégia de Saúde da Família (ESF), com a ampliação de cobertura de déficit da Cassi pelo Banco do Brasil.
Os bancários também querem um serviço de prevenção mais completo, uma das demandas é melhorar a eficiência do Exame Periódico de Saúde (EPS), além de mais autonomia na estrutura do SESMT.
Aumentar o número de ausências permitidas de todos os funcionários e das pessoas com deficiência (PCD) foi consenso no grupo. Os bancários destacaram que cadeirantes, ou mesmo funcionários que usam próteses, necessitam de tempo para fazer a manutenção dos equipamentos.
O coordenador do grupo e dirigente do Sindicato dos Bancários do Ceará, José Eduardo Marinho, avaliou de forma extremamente positiva o debate dos funcionários. “No âmbito geral a discussão foi boa e acalorada sobre o modelo de gestão da Cassi, com indicações fortes sobre o modelo de estratégia de saúde da família. Levaremos menos de dez itens à plenária geral deste domingo, o que demonstra consenso sobre a importância e os problemas enfrentados sobre o tema saúde”, reforçou.
Grupo 3 – Organização do Movimento
Também houve consenso nas discussões do grupo sobre organização do movimento, reafirmando a importância da campanha nacional unificada na garantia e ampliação de direitos da categoria bancária.
Entre as bandeiras de luta, os bancários e bancárias do Banco do Brasil discutiram a intensificação das mobilizações contra os projetos de lei 4918 (Estatuto das Estatais) e 268 (Fundos de Pensão), além das cobranças por melhorias nas condições de trabalho, no plano de carreira e renumeração.
O grupo também destacou o fortalecimento do papel da comissão de empresa junto à direção do Banco do Brasil, que já soma grandes conquistas no último período.
“O debate foi bastante produtivo, conduzido de forma democrática, com uma grande participação dos bancários e bancárias de base. Temos certeza que a construção da nossa minuta de reivindicações realmente vai dialogar com o dia a dia dos trabalhadores do BB, para que se mobilizem e resistam às ameaças que estão surgindo no horizonte”, avaliou Rodrigo Franco Leite, coordenador do grupo e diretor da Fetec/SP.
Grupo 4 – Banco do Brasil e o Sistema Financeiro Nacional
O destaque principal do grupo que discutiu o papel do Banco do Brasil e o Sistema Financeiro Nacional foi o resgate social do banco público, com ênfase na defesa da democracia e das empresas públicas, além da importância do seu papel como fomentador de desenvolvimento.
“Estamos construindo uma pauta de reivindicações através de intensos debates e com a participação coletiva dos funcionários do BB. A expectativa é a de fortalecermos a unidade da categoria para a campanha nacional de 2016”, afirmou Sandra Trajano, coordenadora do grupo e dirigente do Sindicato dos Bancários de Pernambuco.
Grupo 5 – Previ, Previdência Pública e Previdência Complementar
Após o debate em grupo, os funcionários do Banco do Brasil entraram em consenso para a construção da pauta de reivindicações sobre a Previ, Previdência Pública e Previdência Complementar, entre elas estão a instalação de uma mesa de negociação com o banco sobre o Economus (Instituto de Seguridade Social da Nossa Caixa); a luta contra o PLP 268 (Fundos de Pensão); contra a reforma da Previdência em elaboração pelo governo Temer; e por uma Previdência Pública, Solidaria e Universal, que garanta aposentadoria integral a todos os trabalhadores.
Segundo o coordenador do grupo e dirigente sindical do Sindicato dos Bancários de São Paulo, João Fukunaga, os fundos de pensão com déficit têm de apresentar proposta de equacionamento até dezembro deste ano, para ser aplicada a partir de 2017. Estabelece ainda, que essa conta deve ser dividida entre o participante e o patrocinador. “No Economus, as diretorias – que têm responsabilidade pela gestão – são todas indicadas pelo BB e, antigamente, pela Nossa Caixa. E essa situação deficitária só está sendo exposta devido a uma obrigação legal. Estamos reivindicando que os participantes sejam os únicos beneficiários”, concluiu.