Juros no rotativo do cartão de crédito superam 400% ao ano em agosto

A taxa média de juros no rotativo do cartão de crédito alcançou 403,5% ao ano em agosto, segundo o Banco Central. Um ano antes, a taxa estava em 311,3%. Essa é a linha mais cara entre as principais modalidades de crédito para o consumo. O custo para quem parcela o pagamento da fatura do cartão ou faz compras parceladas com juros é menor, 130% ao ano em média, segundo cálculo do Banco Central.

A taxa média do cheque especial também subiu e fechou o mês passado em 253,2% ao ano, segundo o BC. Esse é o maior valor desde setembro de 1995, quando estava em 271,5% ao ano.

O maior valor registrado pelo BC no custo do cheque especial desde o Plano Real são os 294% ao ano de julho de 1994, início da série histórica da pesquisa mensal de crédito da instituição.

A alta dos juros nestas modalidades acompanha o comportamento geral das taxas bancárias, que subiram com o aumento da taxa básica (Selic) promovido pelo BC desde o ano passado. Por serem linhas de maior risco, no entanto, a alta de juros do rotativo e do cheque são maiores.
Na média, a taxa de juros do crédito ao consumo (crédito livre pessoa física) passou de 49,7% em agosto do ano passado para 61,2% ao ano em agosto deste ano, de acordo com a pesquisa de crédito do BC. O número é novo recorde para a série iniciada em março de 2011.

A inadimplência para pessoas físicas no crédito com taxas de mercado subiu pelo terceiro mês, de 5,3% em junho para 5,5% em agosto. Ainda está abaixo, no entanto, dos 5,7% em agosto do ano passado. Para as empresas, passou se manteve em 4,1% entre julho e agosto deste ano, mas subiu em relação aos 3,5% de agosto de 2014.

O estoque total de crédito cresceu 0,7% em agosto em relação ao mês anterior e acumula alta de 9,6% em 12 meses, somando R$ 3,13 trilhões.
Na comparação com o PIB (Produto Interno Bruto), o estoque de crédito alcançou o pico de 54,7% em dezembro de 2014 e está agora em 54,6%.
O crédito livre cresce a uma taxa de 5,2% em 12 meses. Já as operações com juros e direcionamento controlados pelo governo, que incluem BNDES e crédito imobiliário, cresceram 14,7% na mesma comparação.
Pela média diária, as concessões caíram 0,6% em 12 meses, puxadas principalmente pelo recuo em linhas com capital de giro (-7%), veículos (-5%) e BNDES para empresas (-16%).

As concessões de crédito para veículos voltaram a cair em agosto (-9%), após três meses de alta. No financiamento imobiliário, que foi prejudicado pelas restrições impostas pela Caixa e pela falta de recursos da poupança, houve queda de 1% no mês, 17% no trimestre e 2% em 12 meses.

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