Sindicato faz pesquisa sobre condições de trabalho no BB em Mato Grosso

O Sindicato dos Bancários de Mato Grosso (SEEB-MT) apresentou ao público e entregou oficialmente ao presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, uma pesquisa realizada com os funcionários do Banco do Brasil de Mato Grosso.

A entrega foi realizada durante o Encontro de Organização do Ramo Financeiro realizado no dia 22 de agosto em Cuiabá. Na ocasião, Cordeiro informou que levará os resultados da pesquisa aos representantes da Comissão de Empresa do Banco do Brasil.

O presidente da Contraf considerou muito importante a pesquisa, pois é por meio de levantamentos como esse que é possível verificar a visão dos bancários de base.

A pesquisa realizada com os funcionários do Banco do Brasil das unidades da base do SEEB-MT revelou que 69% desses trabalhadores já sofreram ou estão sofrendo algum tipo de assédio moral em seu ambiente de trabalho. Sendo que, quando considerado apenas os empregados em agências esse índice sobe para 73%. O levantamento também analisou as perspectivas em relação ao emprego, remuneração e a trava de dois anos.

Realizada entre os dias 27 de Julho a 15 de Agosto de 2009 a pesquisa por amostragem teve como objetivo verificar as relações de trabalho no BB, devido a um crescente número de denúncias de Assédio Moral e reclamações relacionadas ao descumprimento de leis trabalhistas.

Foi aplicado um questionário com oito (8) questões voltadas a assuntos diversos, tais como Assédio Moral no Trabalho, as perspectivas dos funcionários relacionadas a carreira, as políticas de centralizações de Serviços em Brasília, a elevação da trava de 1 para 2 anos, o trabalho acima da jornada de trabalho sem o pagamento horas extras e como os funcionários estão enxergando a Responsabilidade Socio-Empresarial do Banco do Brasil.

A pesquisa revela ainda que 56% dos trabalhadores do BB não pretendem seguir carreira na empresa. Desse total, 43% afirmaram que trabalharão no Banco do Brasil até passarem em outro concurso, 7% até conseguirem emprego na área de formação e 6% não quiseram especificar o porquê pretendem abandonar a carreira.

Em relação a mudança adotada pelo BB relativa a trava que impossibilita a transferência dos funcionários na empresa, que subiu de um para dois anos, 50% dos bancários consideram que isso diminuirá consideravelmente as expectativas dos funcionários. Quando considerado somente os funcionários de agências, o índice sobe para 54%.

A possibilidade de transferência da Plataforma do Centro de Suporte Operacional de Cuiabá (CSO-Cuiabá) para a capital Federal também foi abordada na pesquisa. Em relação a esta questão, 63% dos bancários acreditam que caso isso seja efetivado, tornará o processo mais lento, burocratizando e prejudicando o dia-a-dia das agências.

Evidenciou-se que 48% dos bancários questionados estão trabalhando acima da jornada contratada sem receber horas-extras, sendo que quando considerado somente funcionários de agências, o número sobe para 57%.

Ainda nesse levantamento, quando perguntados se as atuais políticas da diretoria do Banco do Brasil possuem a capacidade de ouvir as diferentes partes (funcionários, prestadores de serviço, fornecedores, consumidores, comunidade, governo etc.) e incluí-los no planejamento de suas atividades, incorporando-os e se enquadrando no conceito divulgado pelo banco de ‘Responsabilidade Sócio-empresarial’, 80% dos funcionários responderam que a instituição não está inserida neste contexto.

“O resultado da pesquisa é preocupante e demonstra que o Banco do Brasil precisa rever sua política de gestão de pessoas. Os trabalhadores não podem ser sacrificados na busca incessante pelo lucro desmedido”, argumenta o funcionário do BB e diretor do SEEB-MT, Alex Rodrigues.

Compartilhe:

Compartilhar no facebook
Facebook
Compartilhar no twitter
Twitter
Compartilhar no whatsapp
WhatsApp
Compartilhar no telegram
Telegram