(Belém) Na assembléia realizada no dia 31 de agosto, última quinta-feira, os trabalhadores do Banpará debateram os principais problemas enfrentados no dia-a-dia do banco. PCCS, segurança e assédio moral foram os principais temas discutidos pelos participantes. A próxima reunião para ampliar os debates está marcada para o dia 14 de setembro. A participação de todos é fundamental para que as entidades representativas possam reivindicar junto à diretoria do Banco, melhorias para os trabalhadores.
A insatisfação é geral. Assédio moral e insegurança preocupam os bancários, que sofrem pressão das gerências e ainda têm suas famílias como alvo de assaltantes. Desigualdade salarial, perseguições, sistema de avaliação injusto, entre outros, foram destacados pelos trabalhadores. Na área de segurança, os participantes ressaltaram que não há guardas suficientes e não há câmeras filmadoras dentro das agências.
Tendo em vista a necessidade de um melhor aprofundamento das questões, bem como a organização de uma pauta específica dos funcionários do Banpará a ser apresentada para direção da instituição, ficou marcada nova reunião para o dia 14 de setembro, às 18h, na sede do Sindicato. Compareça.
Sensação de insegurança
De janeiro a primeiro de setembro deste ano ocorreram 16 assaltos a agências e postos de serviços bancários no Pará. Destes, pelo menos sete foram em agências e postos do Banpará. Em cinco destas ocorrências os assaltantes fizeram como reféns trabalhadores do banco e suas famílias. No último assalto, acorrido no dia 1º de setembro, seis homens armados invadiram a casa do gerente da agência do Banpará
A violência urbana tem crescido assustadoramente em todo o Estado. Assaltos, seqüestros roubos, homicídios. A cada dia se houve histórias que acontecem com amigos, vizinhos, parentes e até situações pessoais. Enquanto isso, o Secretário Especial de Proteção Social, Manoel Santino, tem a desfaçatez de afirmar à imprensa que não há insegurança no Estado e sim uma “sensação de insegurança”. Pois é esta “sensação” que está tomando conta da população.
A vida vale mais
O sindicato entende que num momento de assalto envolvendo o seqüestro de familiares, a vida deve ser protegida sob qualquer circustância, ficando para o passo seguinte as providências, por parte do Estado e da empresa, de recuperação de valores (acionar seguradora, etc) e prisão de assaltantes. Em todas essas ocorrências de assalto, as agências e postos bancários não têm que funcionar naquele dia, bem como os bancários e familiares devem receber atendimento médico e psicológico imediato.
Lamentavelmente, a diretoria do banco, numa atitude inaceitável e desumana, ainda tentar imputar a culpa pelos assaltos aos bancários feitos reféns. “Os trabalhadores vivem o terror de ter suas famílias reféns e ainda têm de suportar as insinuações de diretores do banco. É um completo absurdo”, protesta com veemência Kátia Furtado, diretora do Sindicato dos Bancários do Pará e Amapá, que acompanhou de perto o desenrolar dos acontecimentos em Icoaraci.
Fonte: Seeb PA/AP