CUT e CMS condenam juros altos e defendem fortalecimento da produção

Cerca de dois mil manifestantes deram brilho ao ato “Menos juros, mais desenvolvimento”, realizado na manhã desta quinta-feira, em frente ao Banco Central, em Brasília, tomado por forte esquema de segurança.

O ato convocado pela Central Única dos Trabalhadores e pela Coordenação dos Movimentos Sociais reuniu delegações de 17 Estados, além do Distrito Federal, e foi aberto por um representante do Sindicato dos Servidores Públicos do DF, integrante da Delegacia Sindical no BC. Faixas, balões e cartazes da CUT, da CMS e das entidades populares coloriram a Esplanada, com os estudantes cobrindo as proximidades e a parte detrás do BC com grafites “Fora Meirelles” e exigindo mais recursos para o desenvolvimento nacional.

O presidente nacional da CUT, Artur Henrique, afirmou durante o ato que a elevação da taxa básica de juros é um erro e atenta contra as possibilidades de crescimento econômico sustentado e contra a ampliação de direitos dos trabalhadores. Lembrando também que no momento em que a manifestação acontecia, o presidente Lula e seus ministros estavam reunidos para discutir medidas contra a inflação, Artur defendeu a diminuição das taxas básicas de juros e do superávit primário, ao contrário do que afirmam setores do governo e da imprensa. “Os gastos públicos com saúde, educação e segurança precisam aumentar, e não diminuir”, disse.

O presidente da CUT também insistiu que parcela significativa das pressões inflacionárias se devem à especulação praticada pelo empresariado. “Contando com perspectiva de inflação futura, empresários aproveitam para aumentar preços ao consumidor e, assim, ameaçam mesmo a estabilidade econômica, pensando apenas nos seus próprios umbigos e nos lucros. Enquanto isso, ficam de maneira hipócrita e dissimulada defendendo corte nos investimentos públicos”, atacou Artur.

Membro da executiva nacional da CUT e da CMS, Antonio Carlos Spis fez uma relação entre a perniciosa política de juros altos e elevado superávit primário, adotada pelo BC, e a de leilões de petróleo, implementada pela ANP, que busca entregar o valioso e estratégico ouro negro para as transnacionais. Spis também condenou o monopólio da mídia, que tenta criminalizar os movimentos sociais enquanto trabalha dia e noite pela desinformação e pela desintegração política, econômica, ideológica, social e cultural do país.

O secretário de Políticas Sociais da CUT nacional, Expedito Solaney, avalia que a repulsa demonstrada pelos manifestantes demonstra que “cada vez mais o nome de Henrique Meirelles expressa uma identidade com os banqueiros e a Bolsa de Valores, especificando para quem ele trabalha”. “Por isso este senhor pressiona tanto pelo atraso na pauta. Nós lutamos pelo desenvolvimento com geração de emprego e distribuição de renda e defendemos sua saída imediata”, defendeu Solaney.

O diretor da CUT-DF, Ismael César, agradeceu o envolvimento e a integração dos movimentos sindical, social e estudantil do Distrito Federal, que garantiram uma expressiva representação da capital e do entorno.

Entre outras lideranças usaram da palavra a presidenta da UNE, Lúcia Stumpf; a presidenta da Conam, Bartíria Lima da Costa; o presidente da UBES, Thiago Mayworm e o vice-presidente da CGTB, Ubiraci Dantas de Oliveira (Bira).

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