O Sindicato dos Bancários do Ceará realizou uma paralisação de duas horas na agência Aerolândia, em Fortaleza, na última terça-feira 20. A unidade foi alvo, por diversas vezes, de ações criminosas: saidinhas bancárias, assalto aos funcionários, após o expediente, e um atentado a um carro-forte, que por pouco não resultou em tragédia maior.
O ato fez parte do Dia Nacional de Luta, e os bancários aproveitaram para esclarecer a população sobre a luta da categoria pela implantação imediata do plano odontológico, SESMT (Serviço de Engenharia de Saúde, Segurança e Medicina do Trabalho), Comitê de Ética e pelo Plano de Cargos, Carreiras e Salários.
O Sindicato, em reunião com os funcionários, solicitou todos os Boletins de Ocorrência registrados e se prontificou a entrar em contato com a Gepes (Gestão de Pessoas), a Reseg (Regional de Segurança) e a Ouvidoria do banco, além da Secretaria de Segurança Pública do Estado.
Outra deliberação foi pressionar a Superintendência para que o banco faça um estudo sobre a situação da agência. Simultaneamente, o Sindicato propôs contactar um perito em segurança do trabalho para elaborar um laudo técnico da situação da agência. Os bancários se comprometeram a fazer denúncias à Ouvidoria do banco e a solicitar a Gepes uma visita à agência.
Os bancários lembraram que em uma audiência sobre Segurança Pública na Assembléia Legislativa do Ceará, a Inteligência da Polícia Militar e da Polícia Civil sugeriu câmeras externas, mas os bancos alegaram não ser de sua responsabilidade.
Os trabalhadores reivindicam porta com detector de metal no auto-atendimento; portas blindadas, mais vigilantes e retardo online do cofre. Somado a isso, uma boa opção seria o uso de biombos próximo aos caixas, que os bancários já solicitaram. “A Super disse que não podia pôr, pois não fazia parte do layout da agência”, denuncia um funcionário. Entretanto, o Sindicato apontou exemplos de outras unidades onde o anteparo já existe e clientes e bancários aprovaram, pela maior privacidade nas transações.
O presidente do SEEB e funcionário do Banco do Brasil, Carlos Eduardo Bezerra, destaca a abrangência do problema, que afeta bancários e clientes. “Essa é uma preocupação da sociedade; do aposentado, do pai de família, da pessoa que vem receber o seu salário”, enfatiza. “Nós queremos paz para poder trabalhar, desenvolver nossas atividades”, complementa.
Já o funcionário da unidade e diretor do Seeb/CE, José Eduardo, ressalta a participação intensa dos colegas: “o mais interessante, nesse caso, é o que movimento dessa agência parte dos próprios funcionários”.
A insegurança também está nas agências da Avenida Francisco Sá, do Conjunto Ceará, localizadas na periferia, e nos centros onde estão as pessoas com maior poder aquisitivo.
O Sindicato tem realizado diversos atos, desde o mês de fevereiro, com paralisações de uma hora, denunciando a situação. “E agora o SEEB deve intensificar as manifestações, até resolvermos alguma coisa”, promete Carlos Eduardo.