A União Europeia (UE) precisa de um novo organismo para lidar com bancos em colapso rapidamente e sem grandes custos, afirmou hoje Dominique Strauss-Kahn, diretor-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI). Strauss-Kahn fez a declaração durante uma conferência da UE sobre gerenciamento de falências de bancos internacionais.
“O que eu acho necessário é uma Autoridade de Resolução Europeia, armada com a autorização e os instrumentos para lidar de um modo efetivo em custos com bancos internacionais em colapso”, disse Strauss-Khan. O novo organismo deveria fazer parte de um sistema de gerenciamento de crise mais amplo, financiado pelo setor por meio de tarifas de seguro de depósito e da taxação de instituições financeiras que poderão usá-lo, segundo ele.
O diretor do FMI criticou a UE por não desenvolver um sistema como esse em um momento em que está revisando radicalmente sua estrutura regulatória. “Os entendimentos existentes provaram ser inadequados, tornando as falências de bancos nacionais e internacionais difíceis de serem resolvidas com eficiência e mais custosas do que precisam ser”, disse.
Michel Barnier, comissário da UE para mercados internos, afirmou que pretende apresentar aos ministros de Finanças europeus, no fim deste ano, um documento sobre como a região deveria dar suporte a seus sistemas para lidar com bancos internacionais em colapso. O comissário também destacou que a UE vai precisar de regras harmonizadas sobre como lidar com os bancos problemáticos.
“A harmonização dessas regras é o primeiro passo essencial”, disse Barnier. Os países também precisarão resolver a questão sobre o compartilhamento dos custos para um fundo de resolução bancário. O sistema europeu permite que bancos de um país da UE operem automaticamente em outros, sob a supervisão do órgão regulador de seu país de origem.