O HSBC Brasil obteve lucro líquido no ano passado de R$ 1,35 bilhão, no padrão contábil IFRS, montante 7% superior ao apurado em 2010. O anúncio foi feito nesta terça-feira (6) pelo presidente-executivo do banco inglês, Conrado Engel, em coletiva para comentar os resultados da instituição em 2011.
Ele afirmou que o banco não pretende se desfazer, pelo menos por enquanto, de seu braço de financiamento ao consumo, a Losango, mesmo em meio a uma estratégia de maior ênfase no varejo em clientes de mais alta renda.
“A Losango, agora, não está à venda”, disse a jornalistas. “Mas podemos reavaliar a decisão no futuro”, complementou.
Engel classificou de boatos as informações que circularam pelo mercado no final do ano passado, dando conta de que o HSBC tinha colocado a Losango à venda, num momento em que o grupo tem vendido pelo mundo ativos considerados não estratégicos.
O Bradesco chegou a mostrar interesse pelo negócio, mas as conversas não prosperaram, segundo profissionais do mercado, devido ao preço cobrado pelo HSBC, considerado alto demais pelo banco.
Em meados do ano passado, o HSBC desativou algumas linhas de negócio mais concentradas no que o banco chamou de varejo de massa, como financiamento para compra de veículos e crédito consignado.
Com isso, a carteira de crédito da instituição cresceu 15% no ano, para R$ 59,2 bilhões, em nível inferior à média do sistema financeiro no período. O índice de inadimplência, medido pelas operações vencidas há mais de 90 dias, subiu de 3,6% para 4,3%, no comparativo anual.
De acordo com Engel, a expectativa para este ano é de que a carteira de financiamentos do grupo cresça de 15% a 17%, com ênfase em empréstimos para o comércio exterior, sobretudo para as trocas comerciais entre Brasil e China.
Segundo Engel, no ano passado o banco financiou 9% das transações comerciais entre os dois países. A tendência é manter a aposta no setor, para o qual o HSBC prevê uma expansão média anual de 15% nos próximos anos.
GLOBAL
Em 2011, a franquia brasileira respondeu por cerca de 5,5% do lucro global do grupo britânico, que divulgou seus resultados na semana passada. O Brasil é o quarto mercado mais relevante dentro do banco, atrás de Hong Kong, Reino Unido e China.
Para sustentar uma posição de capital mais robusta, em meio aos preparativos para exigências de capitalização mais rígidas dentro do calendário de Basileia III, o banco reduziu a distribuição de dividendos a acionistas no ano passado, de 50% para 10%.
O índice de Basileia, que mede o volume de dinheiro emprestado em relação ao capital, do grupo no Brasil no fim de 2011 era de 13,7%, pouco acima do piso de 11% exigido pelo Banco Central. O HSBC considera usar parte do lucro do ano anterior para reforçar o capital.