Bancários do Santander garantem conquistas, mas PLR não melhora

Conquistas importantes aliadas à grande decepção pela incapacidade da direção do Santander de reconhecer o valor de seus funcionários na forma do pagamento de um adicional à PLR de 2008. Foi esse o saldo da reunião do Comitê de Relações Trabalhistas (CRT), que aconteceu nesta terça-feira, dia 12, em São Paulo. O encontro contou com a presença de representantes dos bancários de todo o país e o banco e foi o primeiro CRT com a participação dos dirigentes sindicais originários do Real.

“Muitas das conquistas garantidas pelos bancários do Real foram estendidas para os funcionários do Santander, como o reembolso da academia de ginástica e a cobertura total para exames preventivos, para citar apenas algumas”, destaca o coordenador da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Real, Marcelo Gonçalves. “Em compensação, o banco continua intransigente no momento de apresentar uma proposta que garanta maior participação nos lucros e resultados, uma PLR mais justa para todos os bancários”, diz, lembrando que os pontos da pauta que não foram discutidos nesta terça serão tratados em nova reunião do CRT, que deve acontecer na próxima semana.

Academia – Todos os bancários do Santander têm agora direito a reembolso de até 50% no valor da mensalidade da academia de ginástica, com teto mensal de R$ 60 para São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, e de R$ 50 para as demais cidades do país. A conquista está mantida no Real.

Ajuda social extraordinária (Fundação) – Os bancários do Santander garantiram também reembolso de 90% do valor de gastos emergenciais como ajuda para filhos com deficiência, próteses, situação de calamidade pública e despesas de saúde. Marcelo explica que cada caso é analisado por um comitê antes da liberação do valor.

Igualdade – Já conquistada no ex-Real, foi estendido para o Santander o direito de inclusão de parceiro de mesmo sexo no plano de saúde.

Campanhas preventivas – Todos os funcionários terão direito a exames preventivos e complementares para doenças crônicas sem precisar pagar co-participação.

Previdência Complementar – Os funcionários “sem-prev” do grupo terão plano de previdência complementar, com aporte de 100% da patrocinadora aos participantes, mediante contribuição mensal de 2% a 9% do salário, limitado a 13 UPs, ou seja, R$ 3.315,26, com gestão do Holandaprev.

Mais PLR – Apesar dos avanços, o banco segue intransigente com relação ao pagamento de um adicional referente à PLR de 2008, sem formalizar uma proposta. “Reiteramos que os trabalhadores não podem ser os únicos a pagar a conta da redução do lucro do banco, recebendo apenas a regra básica e a menor PLR do sistema financeiro. Não houve redução de dividendos para acionistas, nem de bônus para executivos e superintendentes”, diz o funcionário do Santander e secretário de Imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr. Além do mais, no último dia 30, durante assembléia dos acionistas, o banco aprovou a remuneração anual de R$ 223 milhões para apenas 26 diretores-executivos. “Exigimos mais PLR”, reitera.

Fim das demissões – Os dirigentes sindicais cobraram do banco a suspensão das demissões. Somente entre março de 2008 e março deste ano foram 3.300 postos de trabalhos extintos pela empresa, apesar das negociações que resultaram na criação do Centro de Realocação e nos Aditivos que prevêem a licença remunerada pré-aposentadoria (pijama) e o abono indenizatório. Faltam funcionários na rede de agências, aumentando a sobrecarga de trabalho e o adoecimento de muitos empregados.

Auxílio-educação (Santander) – O banco apresentou um balanço das bolsas de estudo. Houve 1.070 inscritos, 60 pedidos recusados e 349 pedidos estão aprovados, mas pendentes por falta de documentos.

Imposto de Renda – O banco não apresentou proposta ao pedido de entrega de declaração de rendimentos aos bancários que venderam dez dias de férias nos últimos cinco anos. “A intenção é facilitar o direito de restituição de Imposto de Renda cobrado sobre esse valor, recentemente anunciado pela Receita Federal. Assim o bancário não vai precisar procurar todos os holerites ou contracheques antigos”, explica Ademir.

Novo Dia Nacional de luta – Para pressionar o banco por melhoria na PLR e para exigir o fim das demissões, os bancários realizam na próxima terça-feira, 19, um Dia Nacional de Luta, com manifestações e protestos em todo o país. “Exigimos respeito e dignidade para quem constrói dia a dia os excelentes resultados do banco”, conclui o diretor da Contraf-CUT.

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