(Rio) A mobilização dos dirigentes dos sindicatos filiados conquistou uma vitória na luta pela manutenção dos empregos dos funcionários dos bancos ABN Real e Santander. Com a hipótese, cada vez mais próxima, da venda do banco holandês ao consórcio RBS-Fortis-Santander, representantes dos sindicatos de Angra dos Reis, Baixada Fluminense, Campos, Petrópolis, Rio de Janeiro, Sul Fluminense, Teresópolis e Três Rios ocuparam as galerias do plenário da Assembléia Legislativa do Rio para pressionar os deputados a aprovarem uma moção de repúdio às já anunciadas demissões que devem acontecer quando o ABN for comprado.
A deputada Inês Pandeló (PT) autora da proposição, pediu a palavra logo que a sessão foi aberta. Ela ressaltou que, além das demissões, a fusão provoca concentração no sistema financeiro, o que dificulta a concorrência, prejudicando a população. O deputado Alessandro Molon (PT), que apoiou a proposta desde a primeira vez em que foi contactado pela Federação, foi o primeiro a defender a aprovação da moção, destacando que a casa parlamentar, como representante da sociedade, tem a obrigação de defender os direitos da população, como o direito à garantia do emprego, e dos consumidores de produtos e serviços.
Em seguida, o deputado Paulo Ramos (PDT), presidente da Comissão de Trabalho, pôs o órgão à disposição dos bancários para tratar das questões relativas à fusão. As defesas se encerraram com a fala do deputado Marcelo Freixo (PSOL). A coleta de assinaturas foi encerrada e a moção foi aprovada. A deputada Inês Pandeló aproveitou para solicitar a inclusão do documento, na íntegra, no Diário Oficial do Estado, pleito que foi deferido pelo presidente da mesa.
Sindicatos do Rio param BMB por 24 horas
Um protesto contra a demissão arbitrária do diretor de Saúde do Sindicato de Niterói, Edílson Cerqueira, motivou uma paralisação de 24 horas das agências do BMB no Rio de Janeiro. As unidades Rio Branco, Carioca, Cinelândia e Sete de Setembro – incluindo os setores administrativos do banco, que funcionam nesta última – não funcionaram nesta quarta feira, 19. O Sindicato do Rio de Janeiro também participou do ato, enviando diversos dirigentes, como o presidente, Vinicius Assumpção, o diretor de Saúde, Almir Aguiar e o representante da COE BMB, Jander Batista.
Edílson foi demitido dia 13, menos de duas semanas após retornar ao trabalho depois de gozar de licença para tratamento em função de problemas de LER/DORT, que lhe garantiram o benefício B 91. Esta modalidade abrange os trabalhadores que tenham sofrido Acidente de Trabalho.
O ato teve a participação de cerca de 90 bancários lesionados da base do Seeb Niterói, que se viram obrigados a recorrer ao Sindicato para fazer valer seus direitos. Por atuação direta do dirigente demitido, Edílson Cerqueira, eles puderam receber os benefícios do INSS e procurar o tratamento adequado. Muitos, também, foram demitidos indevidamente e reintegrados por uma ação conjunta entre os departamentos de saúde e jurídico da entidade.
“Acredito que a minha dispensa tenha sido motivada por perseguição política. Só no BMB, reintegramos muita gente. Esta demissão é arbitrária porque, além da estabilidade que tenho por ser dirigente sindical, também tenho estabilidade provisória até 1º de setembro de 2008, quando se completa um ano de meu retorno ao trabalho após a licença para tratamento”, avalia Edílson.
Fonte: Feen RJ/ES