Pessoas portadoras de deficiˆncia tˆm restri‡Æo de acesso a bancos

(Rio) A agência do Unibanco no centro de Três Rios, região serrana do estado do RJ, está em obras. A reforma que está sendo feita na entrada é para a instalação de rampa de acesso a deficientes físicos. A unidade do Unibanco era a única agência de toda a cidade que não cumpria as leis que determinam que estabelecimentos bancários devem ter rampas para cadeirantes.

 

Foi preciso o Sindicato dos Bancários apelar para a justiça para conseguir que o Unibanco cumprisse a lei. Antes de procurar o promotor público, os dirigentes sindicais enviaram mais de um ofício ao banco solicitando que a rampa fosse construída, mas o banco não atendeu às solicitações. Somente depois de receber a notificação da promotoria, a empresa iniciou a construção da rampa. Tudo isto numa instituição presidida por um portador de deficiência.

 

Em Petrópolis, uma agência do BB ainda tem acesso feito por degraus e o argumento do banco é que o prédio histórico não pode sofrer alterações na fachada. No Santander, um usuário foi submetido a uma situação de constrangimento para entrar na unidade e, em seguida, processou o banco. Como testemunha, o cliente arrolou o presidente do sindicato dos bancários da cidade, Wilson Franca.

 

Em Campos, muitas agências já estão adaptadas, com rampas e banheiros para atender aos portadores de deficiência. Mas, há problemas numa unidade do Itaú e a nova unidade da CEF só tem guichês para pagamentos no segundo andar, com acesso feito somente por escadas. Na unidade do Unibanco, foi instalado um elevador para transportar os PPDs. O Sindicato dos Bancários da cidade testemunhou a situação vivida por um cliente obeso com dificuldades de locomoção que precisou usar o elevador minúsculo da unidade. Diante de dirigentes sindicais e clientes do banco, a máquina sofreu um princípio de incêndio.

 

Para funcionários, nenhum preparo

A vida dos clientes portadores de deficiência não é fácil, mas pior ainda é a dos empregados deficientes. Conquistar um emprego já é difícil, mais ainda é conseguir ir trabalhar e exercer suas funções sem limitações e impedimentos.

 

Muitos bancos contratam deficientes, mas o tipo de deficiência tem sido uma forma de segregação. Em Petrópolis, por exemplo, há deficientes visuais e auditivos trabalhando em estabelecimentos bancários. Com menores dificuldades de locomoção, eles fazem número na cota, mas não provocam grandes transtornos para os bancos. Já os cadeirantes, que precisam de rampas, banheiros adaptados e portas largas, não são contratados pelas agências do município.

 

É comum também os bancos contratarem PPDs sem preparar o ambiente de trabalho para recebê-los. Para deficientes visuais, por exemplo, é preciso que sejam instaladas lupas e computadores especiais que permitam ao funcionário desempenhar suas funções. Acostumados à exclusão do mercado de trabalho e preocupados em manter o emprego duramente conquistado, muitos portadores de deficiência se dispõem a adquirir, eles mesmos, os dispositivos necessários, não os solicitando ao banco com medo de serem encarados como funcionários “que dão trabalho” ou geram despesas para a instituição. Isto demonstra que a responsabilidade social que os bancos anunciam não é verdadeira e que estas empresas estão apenas cumprindo uma determinação legal.

 

Fonte: Feeb RJ/ES

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