Cerca de 360 agências bancárias tiveram as atividades paralisadas nas dez bases sindicais que compõe a Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Paraná (Fetec-CUT PR), nesta terça-feira (6), primeiro dia da greve nacional dos bancários. A Fetec-CUT-PR agrega 85% dos sindicatos dos bancários do Paraná, com aproximadamente 30 mil bancários e financiários.
O presidente da Federação, Júnior César Dias, falou que está claro o posicionamento dos bancários em relação ao movimento. “Os bancários estão dispostos para a greve, contrariando a aposta dos banqueiros de que a categoria estaria desmobilizada. A divulgação da carta da Fenaban foi mais um fator que impulsionou a greve”, disse.
Para os banqueiros não há crise. O setor continua sendo o mais lucrativo do país. Somente em 2015, os maiores bancos do país lucraram quase R$ 70 bilhões. O lucro dos cinco maiores bancos (Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Santander e Caixa) no primeiro semestre de 2016 chegou a R$ 29,7 bilhões, mas houve corte de 7.897 postos de trabalho nos primeiros sete meses do ano. Entre 2012 e 2015, mais de 34 mil empregos foram reduzidos pelos banqueiros.
Com data-base em 1º de setembro, a pauta de reivindicações dos bancários foi entregue aos bancos no dia 9 de agosto, já foram cinco rodadas de negociação, mas até agora a Fenaban não apresentou uma proposta decente aos trabalhadores. Entre as reivindicações estão reposição da inflação do período mais 5% de aumento real, valorização do piso salarial, no valor do salário mínimo calculado pelo Dieese (R$3.940,24 em junho), PLR de três salários mais R$ 8.317,90, combate às metas abusivas, ao assédio moral e sexual, fim da terceirização, mais segurança, melhores condições de trabalho. A defesa do emprego também é prioridade, assim como a proteção das empresas públicas e dos direitos da classe trabalhadora.
“A greve deve aumentar a partir do dia 09 de setembro se não houver outra proposta da Fenaban, ocupando uma dimensão muito maior. A insatisfação dos bancários é grande”, afirmou Dias.