Bancários realizam ato em defesa das empresas públicas e da soberania

Em defesa das empresas públicas e da soberania nacional, o Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte foi às ruas nesta quinta-feira, 5 de junho, Dia Nacional de Mobilização. Um ato foi realizado em frente à Agência Século da CAIXA, na região central de Belo Horizonte. Em todo o país, trabalhadoras e trabalhadores protestam contra os ataques e ameaças do governo Temer aos bancos públicos e outras estatais.

Durante o ato, o Seeb BH falou à população sobre a importância de empresas públicas, como a CAIXA e o Banco do Brasil, para a superação da crise e para o desenvolvimento econômico e social do Brasil. Um informativo produzido pela Contraf-CUT também foi distribuído. 

A realização do dia de luta foi definida durante reunião do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas, que contou com a presença de trabalhadores dos bancos públicos, da Embrapa, eletricitários, petroleiros, metroviários de Minas, além de representantes de quatro centrais sindicais – CUT, CTB, Intersindical e UGT – e de entidades como Contraf-CUT, Fenae, Anabb, Afbnb, Fenag e Aneac.

“A categoria bancária está em Campanha Nacional e uma de nossas principais pautas é a defesa dos bancos públicos, para que sigam a serviço dos brasileiros. Não podemos permitir que um governo golpista implante uma agenda contrária àquela que foi eleita nas urnas e que destrua nosso patrimônio. A luta nas ruas é essencial para defender as empresas públicas e a soberania de nosso país”, afirmou a presidenta do Seeb BH Eliana Brasil.

Ataques aos bancos públicos

A mobilização é fundamental pois o governo Temer vem colocando em prática a mesma estratégia privatista que dominou o governo FHC. O ataque às empresas públicas e a entrega de setores estratégicos para o mercado afetam não apenas os trabalhadores destas empresas, mas toda a população.

Para se ter ideia, atualmente, CAIXA e Banco do Brasil são responsáveis por 53,1% de todo o crédito no Brasil. Além disso, respondem por 82,1% do financiamento imobiliário, 75% do crédito agrícola, 54% das agências bancárias e 41,7% do emprego bancário.

Estes bancos são imprescindíveis para o país, pois desempenham função social e não estão focados exclusivamente na obtenção de lucros. A política de juros adotada pelo governo Lula junto aos bancos públicos, em 2008, por exemplo, foi responsável por estancar os efeitos da grave crise financeira internacional.

Porém, o governo Temer vem tentando destruir este patrimônio dos brasileiros. Desde 2015, a CAIXA cortou 12.791 postos de trabalho. Isto, somado ao fechamento de agências, contribui para elevar o desemprego e ainda prejudica o atendimento à população. O Banco do Brasil já fechou 777 agências, entre 2015 e 2017, e a CAIXA segue a mesma política, inclusive fechando agências que eram as únicas em funcionamento em algumas localidades.

Petrobras e Eletrobrás

As medidas privatistas do governo Temer atingem também a Petrobras e a alta nos combustíveis e no gás de cozinha já evidencia as consequências deste tipo de política. Sob o comando de Pedro Parente, a empresa implantou uma política de paridade internacional dos preços de derivados de petróleo, beneficiando o mercado e deixando de lado o interesse público.

As refinarias brasileiras, capazes de refinar 2,4 milhões de barris de petróleo por dia, trabalham com apenas 68% dessa capacidade. Além de tornar os brasileiros reféns do mercado internacional, essa política pós-golpe resultou em milhares de desempregados.

A Eletrobrás, empresa do setor energético, também corre risco. O governo já declarou que sua ideia é acabar com a Lei 12.783 e permitir que as usinas da Eletrobrás, inclusive as do regime de cotas, passem para o controle privado e possam vender essa energia elétrica ao preço de mercado. Isto significa menos previsibilidade e aumento de preços para os consumidores, apesar de o governo afirmar o contrário.

Não se pode esquecer, também, que a Eletrobrás cumpre importante papel no desenvolvimento econômico brasileiro. Ela foi fundamental para a estruturação do setor elétrico nacional e tem papel estratégico para o país.

 

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