Em resposta à intransigência dos banqueiros e o índice de reajuste apresentado pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), que só repõe a inflação pelo INPC, bancários e bancárias do Pará cruzaram os braços por tempo indeterminado.
O balanço do primeiro dia de greve, nesta quinta-feira (19), feito pelo Sindicato dos Bancários do Pará, aponta 60% de adesão da categoria em todo Estado, o que garantiu o fechamento de cerca de 300 agências de bancos públicos e privados.
Em Belém, quase 100% das agências de bancos públicos e privados pararam suas atividades, e quem não aderiu ao movimento prometeu entrar na greve a partir desta sexta-feira (20).
Em mais da metade dos municípios paraenses o Sindicato registrou deflagração de greve já na quinta-feira, totalizando 88 municípios, e a tendência é que esse número aumente nos próximos dias.
“As conquistas que a categoria alcançou ao longo das últimas décadas só foram possíveis graças à participação massiva dos bancários e bancárias nas greves. Neste ano queremos avançar ainda mais com novas conquistas. Por isso, a importância de que a adesão seja de toda a categoria, para juntos provarmos para os banqueiros que a insatisfação é geral, que não dá para continuar como está, merecemos respeito, valorização e reconhecimento não só de boca, mas também na nossa remuneração. Começamos muito bem nossa greve aqui no Pará e a categoria está de parabéns. Mas precisamos ampliar. Vem pra luta categoria, pois essa é a hora”, convoca a presidenta do Sindicato, Rosalina Amorim.
Nas regiões Oeste e Sudeste do Pará, a paralisação também segue forte. Logo nas primeiras horas do dia, bancários e bancárias chegavam ao local de trabalho, mas não para trabalhar, dessa vez para exigir aumento real, valorização no piso e vales, PLR maior, e medidas que garantam condições dignas de trabalho.
“Queremos também pedir o apoio e a compreensão da população que assim como nós sofre com a insegurança, com as tarifas e taxas elevadas, as filas quilométricas, entre outros problemas que estão na nossa pauta de reivindicação entregue à Fenaban”, explica o diretor do Sindicato, Joacy Belém.
“Ou a gente para tudo agora até que os banqueiros apresentem uma proposta decente, ou a nossa situação e o futuro das nossas famílias ficaram na mesma. Os bancos não cedem, porque não querem. Os lucros bilionários são a prova de que podemos ter as nossas reivindicações atendidas. Então quem ainda não aderiu à paralisação, reflita, pois nossa luta é legítima e em busca de melhorias para todos, bancários, bancárias, clientes e usuários”, ressalta a diretora do Sindicato, Heidiany Moreno.
Passeata unificada nesta sexta
Nesta sexta-feira (20), os bancários e bancárias irão unir suas forças com os funcionários e funcionárias dos Correios, que também estão em greve por melhores salários e melhores condições de trabalho.
A concentração para a passeata será a partir das 8 horas em frente à Superintendência do Banco do Brasil e irá percorrer toda a Avenida Presidente Vargas, com paradas para manifestações em frente aos bancos e à sede dos Correios.