Concut: desafios mundiais do sindicalismo

(São Paulo) O filósofo italiano e professor titular aposentado da Universidade de Pádua, Antônio Negri, participou nesta tarde do 9º Congresso Nacional da CUT, onde proferiu palestra sobre o papel do sindicalismo na construção de projetos nacionais e sua relação com os governo democrático-populares.

 

Negri afirmou a necessidade de os sindicatos reconstruírem sua relação com os movimentos sociais após as transformações ocorridas no mundo do trabalho com a superação do modelo fordista de produção e as mobilizações dos trabalhadores.

 

“Uma transformação brusca aconteceu após as lutas operárias, que provocaram uma resposta do capitalismo, com novas formas de exploração e geração de valor, levando-os ao plano global”, disse. O desafio, para ele, é como reconstruir a função dos sindicatos além da organização fordista.

 

O filósofo destacou ainda que a própria concepção de governo está mudando. “O monopólio do poder soberano não tem mais lugar na nova hierarquia global, porque não tem como ser exercido com eficácia. É necessário adotar cada vez mais conceitos como governança e governabilidade, baseados no consenso”. Isso resulta em uma abertura contínua em relação às posições de comando e na relação dos governos com os setores industriais, de serviços e comerciais.

 

Para Negri, o sindicato não pode colocar-se apenas como uma figura responsável pela contratação, como no modelo americano. Pode tentar representar toda a sociedade, como em alguns países europeus.

 

“Isso significa a negociação sistemática e contínua do bem-estar da classe operária, e não apenas os aspectos salariais”, observou. “Na verdade, o sindicalismo nunca é só um movimento, é uma junção das duas coisas”, concluiu.

 

Concut

O Congresso aberto na última segunda-feira tem a participação de 2.600 delegados de todos os estados brasileiros. Além dos congressistas, recebeu delegações de mais de 20 países, representantes de partidos políticos e de outras centrais sindicais.O ator e secretário do Ministério da Cultura, Sérgio Mamberti, foi o mestre de cerimônia da solenidade de abertura.

 

Para o presidente da Contraf-CUT, Vagner Freitas, delegado do Congresso, a grande participação dos representantes do ramo financeiro no evento denota o desejo de contribuir com definições importantes no sindicalismo brasileiro e internacional.

 

“Esse também é o espírito da Contraf-CUT, que agrega sempre que possível experiências dos trabalhadores de outros setores e países para conferir um espírito dinâmico e classista às atividades que desenvolve”, afirmou.

 

Fonte: Contraf-CUT

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