(São Paulo) Os bancários do Unibanco estão revoltados com o programa da Remuneração por Resultado (RR), divulgado pela empresa na última terça-feira por meio de uma circular interna. O comunicado do banco é confuso e os funcionários não estão entendendo como ficará o benefício, já que o texto não explica as novas regras com clareza.
“Estive em diversas agências do Unibanco aqui no Rio de Janeiro e ninguém entendeu nada. O comunicado interno estava muito obscuro e os bancários estão preocupados. Nossa RR tinha todos os problemas possíveis, o banco conseguiu piorar no começo do ano e depois da pressão que exercemos a direção resolveu modificá-lo. Mas as novas regras não estão claras e os bancários exigem uma explicação detalhada do programa”, afirmou Maria Izabel Cavalcanti Menezes, diretora do Sindicato do Rio de Janeiro e integrante da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Unibanco.
O programa mensal seria semelhante ao do ano passado, enquanto o semestral manteria a possibilidade de recuperação das famigeradas metas durante o semestre. “Entretanto, o banco quer o direito de descontar do programa semestral os valores pagos pela PLR da Convenção Coletiva de Trabalho. Somos contrários e os bancários já brigaram contra este modelo que o banco insiste em manter”, comentou Jair Alves, diretor do Sindicato de São Paulo e coordenador da COE.
Izabel e Jair explicam que a consolidação do modelo mensal é um avanço garantido pelos bancários após as pressões feitas em janeiro e fevereiro. Mas que a versão semestral continua recheada de problemas.
“Se o banco alega que teve perdas no ano passado na rentabilidade, o funcionalismo teve perdas mais significativas ainda. Um dos principais problemas está no fato de o pagamento da RR semestral estar vinculado ao cumprimento de metas, que praticamente são inatingíveis. No ano passado, por exemplo, 75% das agencias não conseguiram bater as metas e este número mais do que expressivo mostra que o problema está com o banco e não com os bancários, que estão cada vez mais insatisfeitos com o Unibanco”, disse Maria Izabel, cobrando mais transparência da empresa na divulgação das novas regras.
Segundo o banco, com a manutenção do pagamento mensal, todas as regras de transição divulgadas no início de janeiro ficam suspensas. A empresa também informou que efetua ainda este mês o pagamento referente ao fechamento da RR do 2º semestre de 2006 e o pagamento mensal da RR de janeiro.
Outros assuntos importantes
A COE do Unibanco reuniu-se na última quarta-feira, na sede da Contraf-CUT, e debateu uma série de questões importantes para os funcionários da empresa. Além da RR e da PLR, os representantes dos bancários discutiram o fechamento do Instituto João Moreira Sales, a falta de segurança nas agências e postos de atendimento e os problemas com a saúde e a falta de condições de trabalho.
“Vamos enviar um ofício ao banco cobrando uma série de informações e dados sobre o Instituto, fechado em agosto. Com este levantamento, que também terá dados da Secretaria de Previdência Complementar, vamos organizar os próximos passos desta luta, para que os bancários não sejam prejudicados com a extinção do Instituto. Também debatemos sobre a falta de vigilantes nas agências. Temos vários problemas com a segurança que precisam ser resolvidos”, finalizou Jair.
Fonte: Contraf-CUT