Greve nacional mantém força e paralisa 65% das agências em Pernambuco

A greve nacional dos bancários iniciou a segunda semana com toda a força em Pernambuco. A paralisação manteve o mesmo nível de sexta-feira (30/9), com mais de 65% das agências bancárias do Estado paradas e todos os prédios administrativos dos bancos em greve, nesta segunda-feira (3).

Sem nenhum sinal dos bancos para a retomada das negociações, a greve dos bancários deve ser ampliada nos próximos dias. Em Pernambuco, o Sindicato realiza um protesto nesta quarta-feira, dia 5, às 9h, na avenida Conde da Boa Vista, no Recife.

Para a presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello, a greve dos bancários já é uma das mais fortes das últimas décadas. “O número de agências paradas é surpreendente. Aqui em Pernambuco, podemos afirmar que a paralisação nos bancos privados já é a maior da história, o que mostra que os bancários dessas instituições não aguentam mais a falta de condições de trabalho”, diz Jaqueline.

Ela viajou a São Paulo para participar da reunião do Comando Nacional dos Bancários, que discute estratégias para fortalecer ainda mais a greve nesta semana.

Silêncio dos bancos

A greve dos bancários entra no seu oitavo dia nesta terça-feira (4) e até agora os bancos não entraram em contato com o Comando Nacional para retomar as negociações.

Em vez de procurar uma saída negociada para a greve, as instituições financeiras têm usado de truculência para tentar atrapalhar a mobilização dos bancários. Só em Pernambuco, há cinco interditos proibitórios que Bradesco e Itaú ingressaram na Justiça para tentar reabrir suas agências (leia mais aqui). “Em vez de acionar a Justiça, os bancos deveriam retomar as negociações para acabar com a greve de forma democrática”, afirma Jaqueline.

Entre as principais reivindicações dos bancários estão o reajuste salarial de 12,8% (aumento real de 5%), PLR de três salários mais R$ 4.500, piso de R$ 2.297,51, plano de cargos e salários para todos, mais contratações e fim da rotatividade.

Até agora, foram realizadas cinco rodadas de negociação com os bancos, que ofereceram aos bancários 8% de reajuste, o que representa um aumento real de apenas 0,56%. As instituições financeiras também ofereceram o mesmo índice para corrigir o piso, os vales refeição e alimentação, auxílio-creche e a parte fixa da PLR e do adicional. Todas as demandas dos bancários foram ignoradas pelos bancos.

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