BRB tem que contratar 145 funcionários até dezembro, foram só 51 até agora
A exemplo da Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), na primeira rodada de negociação, realizada nesta quarta-feira (2), o BRB afirmou que é necessário “rever” direitos dos trabalhadores. A justificativa é a de que a folha de pessoal precisa ser equacionada em função de acordos anteriores, os quais, segundo o banco, agregaram muitos custos.
O Sindicato dos Bancários de Brasília protestou veementemente e mais uma vez afirma que o BRB, em vez de apresentar ações visando alavancagem de receitas, insiste é em cortar. “Esse procedimento se assemelha, por analogia, à figura de um bolo: você vai cortando e ele acaba. E depois?”, compara o diretor do Sindicato Antonio Eustáquio, acrescentando que o correto seria a instituição fazer nova receita para ter mais o que repartir.
Revisão de cláusulas
Objetivamente, o banco apresentou a proposta do que chamou de adequação da redação do acordo coletivo de trabalho (ACT), de modo que diversas cláusulas que já se encontram contempladas na legislação não necessitariam constar do documento. O Sindicato afirmou que vai submeter essas cláusulas à apreciação do seu Departamento Jurídico para analisar se a medida de fato não traria nenhum prejuízo aos bancários.
Contratações
Sobre a cláusula do atual acordo que determina a contratação de 145 funcionários até dezembro deste ano (foram apenas 51 até agora), o banco argumenta que ela está atendida, pois a instituição empossou 160 trabalhadores desde a assinatura do ACT. Mas o Sindicato discorda e, por isso, cobrou a comprovação de todas as contratações ocorridas desde maio de 2014, porque um acordo previa, daquele mês para cá, a contratação de 160 escriturários e, no ACT, mais 145, podendo ser escriturários e analistas de TI.
Seguir a Fenaban
Questionado pelo Sindicato sobre o compromisso de no mínimo acompanhar a Fenaban nas cláusulas econômicas, o banco afirmou que não tem condições de assumir esse compromisso antes de conhecer a proposta global que sairá da mesa nacional.
“Pensávamos que argumentos como esse estavam superados no BRB, mas parece que atual diretoria, além de se assemelhar à federação dos bancos no debate de retirada de direitos, gosta de um flashback da era Roriz, quando os bancários tinham de recorrer à greve para garantir no mínimo o reajuste da Fenaban. É absolutamente impossível fechar um acordo que não contemple pelo menos a proposta da mesa nacional”, frisa o diretor do Sindicato Cristiano Severo.
Participaram da negociação os diretores do Sindicato Ronaldo Lustosa, Cristiano Severo, Antonio Eustáquio e Cida Sousa, além do diretor da Fetec-CUT/CN André Nepomuceno.
Nova rodada
A próxima negociação será no dia 9, quando serão discutidas cláusulas relacionadas à saúde, segurança e benefícios.