Aeronautas decidem suspender greve e participam de audiência

Em Assembleia Geral Extraordinária realizada na tarde desta quinta-feira (22), a categoria dos aeronautas (pilotos e comissários) decidiu suspender temporariamente a continuação da greve, que teve início também nesta quinta, com a paralisação das decolagens em todo o país das 6h às 7h da manhã. As assembleias foram realizadas em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Campinas e Belém.

A categoria deliberou por se manter mobilizada e em estado de alerta, porém decidiu aguardar os resultados da negociação que será travada agora no âmbito do Poder Judiciário.

Uma audiência de conciliação entre o SNA (Sindicato Nacional dos Aeronautas) e o SNEA (Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias) está marcada para esta sexta-feira (23), às 14h, em Brasília, no TST (Tribunal Superior do Trabalho), com intermediação do vice presidente do Tribunal, ministro Ives Gandra.

“Com essa demonstração de força já feita nas paralisações de hoje, a categoria entendeu por bem, já que houve a entrada do TST na negociação, suspender o movimento e aguardar os trâmites legais. Temos a expectativa de chegar a um consenso o quanto antes”, afirma o secretário-geral do Sindicato Nacional dos Aeronautas, comandante Rodrigo Spader.

A greve havia sido definida após o insucesso nas negociações da renovação da Convenção Coletiva de Trabalho, que começaram em outubro do ano passado e não avançaram nos pontos mais sensíveis aos aeronautas até as primeiras semanas de janeiro – a data-base da categoria é 1º de dezembro.

As reivindicações dizem respeito não só a itens econômicos, mas especialmente a questões da pauta social, ligadas ao gerenciamento do risco de fadiga dos tripulantes e à segurança de voo.
Entre os pedidos estão a ampliação do número de folgas (inferior ao praticado nas legislações mais avançadas ao redor do mundo), a limitação das madrugadas consecutivas em trabalho e de tempo em solo entre as programações – pontos essenciais para reduzir o risco de acidentes ligados à fadiga.

Na questão econômica, a pedida inicial de 11% foi reduzida para 8,5% de reajuste, tomando como base diversos indicadores positivos para a indústria da aviação. Porém a proposta patronal não passou de 6,5%, apenas 0,17% acima do INPC – ou seja, sem ganho real significativo.

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